A confissão de culpa de George Santos, 36, na segunda-feira, 19, consolida a queda do político novato de Nova York, que foi expulso do Congresso no ano passado após um breve mandato repleto de escândalos. Ele foi o primeiro deputado republicano abertamente gay eleito nos Estados Unidos. Trumpista, Santos é filho de brasileiros e se vendeu aos eleitores como a encarnação do sonho americano: um filho de imigrantes que “saiu do nada” e “ganhou a vida” como um “investidor experiente de Wall Street”.
Porém, em 2022, uma reportagem do jornal The New York Times revelou que partes importantes do currículo e da biografia de George eram incompletos ou falsos. Por exemplo, funcionários da universidade que ele disse ter frequantado em 2010, a Baruch College, não conseguiram encontrar nenhum registro de alguém com seu nome. E a empresa de serviços financeiros Citigroup e o banco Goldman Sachs, os quais ele disse ter trabalhado, não o encontraram no quadro de funcionários.
Além disso, o ex-deputado diz que seus pais emigraram do Brasil para os EUA e que nasceu no bairro do Queens. Seu pai, segundo ele, é católico e tem raízes em Angola. Sua mãe, Fatima Devolder, era descendente de migrantes que fugiram da perseguição aos judeus na Ucrânia e da Segunda Guerra na Bélgica. Santos se descreveu como um judeu não praticante, mas também disse que é católico. Os registros genealógicos analisados pelo The Forward indicam, contudo, que seus avós teriam nascido no Brasil. Eles mostram que a mãe de Santos, que morreu em 2016, morou por um tempo em Niterói, no Rio de Janeiro, onde trabalhava como enfermeira.
Somando à longa lista de farsas, Santos informou que tinha um apartamento de 1 milhão de dólares no Brasil e 13 propriedades familiares. Ele esclareceu posteriormente que vivia no Queens com a irmã e que não tem posses imobiliárias.