Jair Bolsonaro (PL) tem um desafio e tanto pela frente. Hoje à noite ele abre a série de sabatinas promovidas pelo Jornal Nacional entre os candidatos à Presidência da República. Se for convincente em suas respostas, ele pode angariar importantes pontos na corrida eleitoral, principalmente entre os indecisos. Se for repetitivo e exaltado, capaz de perder votos entre os que não estão mais tão decididos em apoiá-lo. Para o desafio de ficar longos quarenta minutos sendo interrogado na bancada do telejornal mais assistido do país, Bolsonaro passa por um pesado media training desde o final de semana, repetindo à exaustão possíveis respostas para temas que, com certeza, vão aparecer nas perguntas de William Bonner e Renata Vasconcellos.
Pelas longas reportagens e atenção que o Jornal Nacional tem dado nos últimos anos, dois desses temas são sabidos – e bastante sensíveis na opinião pública: o combate à pandemia, que envolve negacionismo e fake news estimulados pelo próprio governo; e os números alarmantes de desmatamento da Amazônia, o que coloca o país em rota de colisão com várias nações do mundo e afugenta investidores. Aliados do presidente confirmam que ele não vai para o confronto, mas tentará mostrar (a todo custo) que o governo distribuiu vacinas com segurança e que nunca antes se protegeu tanto as florestas. Difícil vai ser contestar os números que Bonner e Renata trarão.