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O que está causando o divórcio do público com as novelas da TV Globo

Análise: audiência na TV aberta preocupa e concorrência avança

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 out 2024, 10h00

Há tempos os teóricos da comunicação no Brasil se debruçam num tema cada vez mais evidente com os números de audiência: o enfraquecimento das telenovelas, o maior produto de entretenimento gratuito do país. Renascer, por exemplo, teve uma média geral de 25,4 pontos na Grande São Paulo, de acordo com o Kantar Ibope. O capítulo final teve uma média de 27 pontos, com pico de 29, sendo a segunda pior audiência de um final de novela das nove da história da Globo. Ficou à frente apenas de Um Lugar ao Sol (2021), que teve média de 25 pontos.

A primeira fase de Mania de Você, trama de João Emanuel Carneiro que ficou no lugar de Renascer, conquistou apenas 18,9 pontos de média na Grande SP; um número muito baixo para o dito “horário nobre” da TV aberta – com a minutagem mais cara para a publicidade. 

Mas o que está de fato causando divórcio do público com as novelas da TV Globo? Há uma série de hipóteses que vêm sendo levantadas. A primeira e mais forte é que o streaming chegou para sacudir o mercado audiovisual no país, levando a emissora, até então detentora das produções nacionais de qualidade, a ter de fato um concorrente à altura. Nunca se consumiu tanto ficção televisiva quanto agora. Mas também nunca antes se teve tanta opção de qualidade.

A segunda hipótese é a própria consequência desse fenômeno. A TV Globo não estaria sabendo lidar com a “nova” concorrência ao tentar “imitar” as séries, o que causa estranhamento no público mais fiel das novelas – vide Mania de Você que, entre outras características, apresenta um ritmo acelerado de passagem de tempo e escalação enxuta que mais parece saída de uma plataforma. Se antes a concorrência da emissora hegemônica era produções sofríveis, em sua maioria, do SBT e da TV Record, agora o jogo ficou mais duro com séries que dialogam diretamente com o público jovem.

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E aí entra a terceira hipótese, interligada às duas anteriores. Este público jovem já não se identifica e tem interesse pelas narrativas da TV aberta. Não é “in” ver TV aberta. Perdeu-se o encanto. Com o fim de Malhação, em 2020, num formato já deveras desgastado ao permanecer no ar desde 1995, essa faixa etária de público não se apegou aos projetos que vieram a seguir. A TV Globo demorou a reagir quanto a pautas identitárias e maior representatividade de diversidade em suas tramas, algo que as séries apresentaram desde que chegaram com força no streaming.

O drama que se aprofunda é que “essa faixa etária de público” é a que um dia será chamada de público tradicional, também é a que mais consome e a que mais interessa a anunciantes. Há luz no fim do túnel? Sim. Principalmente em se tratando de TV Globo, que detém capital financeiro e talentos para revirar o sombrio jogo da ficção televisiva e retomar o diálogo perdido com determinadas camadas da sociedade. O streaming mostra forças, em paralelo, avisando que não é uma moda passageira de consumo. A TV aberta precisará conviver com este cão que ladra alto – e vem mordendo o calcanhar de quem andava tranquilamente – no antes tranquilo terreno das narrativas audiovisuais. Não há mais jogo ganho por aqui.

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