O que dizem as letras de samba que vão criticar Bolsonaro na Sapucaí
Quatro escolas do Rio levarão letras com referências ao ex-presidente para desfiles
Beija-Flor de Nilópolis, Mangueira, Imperatriz e Salgueiro fazem menção, ainda que indiretamente, ao passado recente da política brasileira. Cheias de alegria – como pede a Sapucaí –, mas com olhar crítico, as agremiações pretendem chamar atenção das arquibancadas. A primeira canta um trecho que traz em seus versos a palavra “mito”, numa clara alusão ao ex-presidente Bolsonaro: “Ordem é o mito do descaso / Que desconheço desde os tempos de Cabral/ A lida, um canto, o direito / Por aqui o preconceito tem conceito estrutural”. Já a Mangueira, com samba gravado pela ministra da Cultura Margareth Menezes, entoa uma ode às artes tão desprezadas nos últimos anos: “Áfricas que recriei / Resistir é lei, arte é rebeldia”. A Imperatriz canta o cordel nordestino em versos como: “E foi-se, então, adeus, capitão!”. Por fim, o Salgueiro mira no futuro seus desejos no samba: “No meu sonho de rei, quero tempo de paz / Guerra, fome e mazelas nunca mais/ A minha Academia anuncia/ Da escuridão, raiou o dia”.