Antônio Pitanga, 84 anos, pai de Camila e Rocco Pitanga, ator e diretor de filmes como O Homem que Desafiou o Diabo (2007), Zuzu Angel (2006) e Vila Lobos – Uma Vida de Paixão (2000), falou à coluna sobre como enxerga o movimento de protagonismo de atores negros na TV Globo. Pitanga dirigiu o longa-metragem Na Boca do Mundo (1979), considerado um marco no Cinema Negro brasileiro e é atuante no movimento negro no país.
“A dívida é muito grande. Você não adoça a boca do seu filho depois de ter chicoteado há décadas. Quem apanha não esquece. É claro, é um trabalho que leva para um universo, uma juventude, com quem eu dialogo, é importante. Mas para mim a conta não fecha. A dívida é muito alta. Até humana, nessa relação de entender qual é a capacidade do ser humano, em pleno século 21, de ter um tipo de posicionamento, de preconceito, que agora já não é um chicote, agora é exatamente a palavra. Quer dizer, é o tipo de movimento que está acontecendo no Brasil, acontecendo na Espanha, agora mesmo com o Vinicius Junior”.
O ator ainda pede mais representatividade em áreas de decisão dentro da empresa. “Onde está esse negro, onde estão essas mulheres negras, proporcionalmente, em áreas estratégicas? Não é fazer uma novela. Quero mais. Entendo que para ser um país que não seja realmente de mentira, um mito da democracia racial, ser uma democracia, é preciso que se faça mais. E não se contente com pouco”.
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