O pior da semana: o ataque machista contra Marina Silva no Senado
Ministra deixou comissão após ouvir que 'mulher merece respeito, ministra não'

Um episódio lamentável marcou a sessão da Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado da última terça-feira, 27. Convidada para falar sobre a criação de áreas de conservação na região Norte, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, acabou abandonando o local após uma série de ataques machistas e desrespeitosos por parte de alguns senadores. Presidente da comissão, o senador Marcos Rogério (PL-RO) a interrompeu uma série de vezes, chegando a cortar seu microfone, além de dizer que ela deveria “se pôr no seu lugar”. No entanto, o estopim foi quando ouviu do senador Plínio Valério (PSDB-AM) que desejava “separar a mulher da ministra”, porque a mulher “merece respeito” e a “ministra não”. Marina reagiu imediatamente, exigindo uma retratação, mas, diante da recusa, ela decidiu deixar a sessão. “Como fui convidada como ministra, ou ele me pede desculpas ou eu vou me retirar”, disse. Este, é bom lembrar, não é o primeiro ataque feito por Plínio. Em outra ocasião ele falou: “Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la?”.
Ao fazer tais afirmações, Valério desconsiderou a autoridade de Marina como representante de Estado e perpetuou a ideia de que mulheres em posição de poder devem ser tratadas como inferiores aos homens. A falta de intervenção pelos presentes e a recusa do senador em pedir desculpas evidenciam ainda a cultura que tolera comportamentos misóginos. Ao se retirar da comissão, Marina Silva não só protestou contra o ataque pessoal que sofreu, mas também tornou clara a necessidade urgente de igualdade de gênero na política nacional. Cabe destacar que este não é um incidente isolado; é um problema que já silenciou outras dezenas de vozes, que precisam ser ouvidas e respeitadas em uma democracia.
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