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Marcelo Tas critica TV, fala de Bolsonaro e de ‘espionagem americana’

Comunicador lança livro' Hackeando sua carreira', em que passa a limpo sua trajetória

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 abr 2024, 09h06 - Publicado em 15 abr 2024, 09h06

Marcelo Tas, 64 anos, gosta de ser creditado como “comunicador”. Mas também é ator, roteirista, diretor, educador… A ênfase do seu trabalho está em explorar as fronteiras da linguagem nas várias mídias em que já atuou – seja como o repórter ficcional Ernesto Varela, a série Rá-Tim-Bum, o humorístico CQC e o reality Batalha Makers Brasil. Com tantas frentes em destaque, Tas acaba de lançar seu novo livro, Hackeando sua carreira, em que destrincha a própria história para dar dicas de como se destacar no mercado de trabalho. Atualmente apresentador do programa Provoca e comentarista do Jornal da Cultura, na TV Cultura, Tas compartilha erros e acertos que o ajudaram a se tornar o que tanto o orgulha, um comunicador inconteste. Em conversa com a coluna GENTE, ele explica como surgiu a fakenews de que seria espião americano e se defende da crítica de que deu visibilidade a Jair Bolsonaro (PL), quando o então deputado federal ainda era do “baixo clero” da política nacional.

 

TÉCNICA DA MEXERICA. “É um conceito de que toda a narrativa, principalmente a audiovisual, é separada em gomos. Cria a ilusão a ilusão em quem está assistindo de que é a mesma fruta. Na hora que vai fazer um filme ou um livro, você cria uma série de pontos que se conecta e que dá a ilusão de que é a mesma coisa, e é mesmo, mas você teve que pensar um a um. Foi assim que juntei os capítulos deste livro”.

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ALVO DE FAKE NEWS. “Já fui várias vezes, creio que todo mundo foi. Uma vez parece inofensivo e você fala: ‘isso aí não vai virar nada’. Neste livro, resolvi esmiuçar, como exemplo, uma tese de que eu seria um espião norte-americano. Isso surgiu de um comentário que o jornalista Glenn Greenwald colocou na rede, de um jeito curioso. Ele escreveu que fui citado em um e-mail da equipe da Hilary Clinton. E muitos jornalistas compraram isso como um fato. Em vários sites até hoje está escrito que sou um espião. O que era isso? Um fato, que eu tinha citado em um e-mail, que sofreu essa ligeira distorção, sutil. O pior é que você gasta muito tempo explicando. Inclusive tive a paciência de pegar que horas o tweet tinha sido publicado, que horas os jornalistas daqui começaram a publicar, mostrando o caminho da contaminação”.

OUVIR PARA NÃO PIRAR. “A mentira ou desinformação se espalha no início de uma maneira que é aparentemente inofensiva, mas pode atingir muita gente e provocar grandes estragos, inclusive em democracias”.

TV ULTRAPASSADA. “Ouvir não é mais opcional. O meu veículo original, a televisão, talvez seja o mais surdo de todos, porque está na origem das próprias emissoras. Emissoras que transmitem uma informação. Ela só transmite, não recebe nada de volta. Hoje todo mundo é emissor. O telespectador é um cara que está emitindo o tempo todo. Então, ouvir é uma das virtudes que temos que perseguir hoje. Antigamente, tinha desculpa para não ouvir, as cartas que chegavam na televisão eram muito raras e quem mandava não sabia do poder. Hoje não”.

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CQC CONECTADO. “É bom dizer, não éramos gênios da comunicação. O CQC foi ao ar em 2008, o Twitter é de 2007 e o Brasil já estava muito ligado no Orkut. Eu mesmo tinha muitas comunidades. Quando fui convidado a participar da implantação do CQC, comecei a usar bastante o Twitter. Antes do programa sair no ar, assim como os meninos que vieram junto eram nativos digitais. Todo mundo estava nas redes. Tanto que depois que deu certo, no segundo ano de programa, a gente despertou um engajamento que gerou inclusive interesse dos argentinos, que haviam criado o formato. E eu falei o segredo do sucesso para eles: ‘internet’”.

POPULARIDADE DO BOLSONARO. “Não tenho nenhum arrependimento do CQC, apesar de muitos erros cometidos. Mas o CQC, assim como qualquer plataforma, é um alto-falante. Naquela época, Bolsonaro era um baixo clero, invisível na mídia. CQC era um programa que começou a dialogar com o público jovem, que não acompanhava política. A revelação da existência do baixo clero, que eu creio que o CQC contribui muito, é positiva para a política brasileira. O que adianta esconder verdadeiros trastes, na minha opinião, que estavam ali 30 anos parasitando no sistema democrático? Eles não apareceriam. O CQC ajudou a trazer isso à tona”.

AMADURECIMENTO. A maneira como a gente trata nossa carreira é parecida com essa minha origem, de vida no interior mesmo, de cuidar de plantas. Você tem que preparar a muda, o berço, é dali que vai surgir uma carreira, uma revista, um podcast. Para não deixar as coisas se tornarem urgentes. Já fui muito ansioso com projetos que eu queria que acontecessem. Quantas vezes a gente não faz isso e mete os pés pelas mãos? Esse livro era para sair dois atrás. Caí no conto do ghostwriter, não funcionou no meu caso. Então tive que mergulhar, ir atrás sozinho. Isso tudo vem só com o amadurecimento da vida”.

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