Pela primeira vez, depois de mais de 10 anos, a vítima do estupro coletivo que resultou na prisão do ex-jogador Robinho falou com a imprensa sobre o caso que ocorreu em 2013. Identificada como Mercedes, a mulher de origem albanesa se pronunciou no documentário O Caso Robinho, produzido pela Globoplay, que foi ao ar nesta quarta-feira, 30. Com uma luz que impede a identificação, a vítima relatou que “apagou” depois do ocorrido em uma boate em Milão, na Itália.
“Se eu fosse me descrever, me sentia como uma música brasileira. Cheia de ritmo, cheia de alegria, cheia de luz. Digo sempre que eu estava cheia de cores. Coisa que depois se apagou. Obviamente tiraram uma parte importante de mim. O tempo ajuda, mas não apaga. Espero que meu testemunho seja útil. Não para condenar de novo em nível midiático ou para humilhar publicamente. Mas que possa servir como ensinamento. Porque no fim é muito fácil chegar à sentença, à condenação. Seria justo que se pare antes, que isso não aconteça. É nisso que precisamos trabalhar. Trabalhar com os meninos, nas escolas, educar com a família, que é a base para tudo. A gente precisa ser responsável desde cedo”, afirmou Mercedes.
Na ocasião, Robinho e mais cinco amigos foram denunciados por estupro por uma mulher. Ele e Ricardo Falco foram condenados. No caso do ex-jogador, ele foi condenado por estupro em todas as instâncias da justiça italiana, e o Ministério Público de Milão recorreu ao Brasil, pedindo ao país a extradição imediata de Robinho. Entretanto, a legislação do Brasil não permite a extradição de cidadãos nascidos para cumprimento de pena em outros países. O STJ decidiu pela prisão de Robinho para cumprimento da sentença de 9 anos pelo crime. A Corte Especial decidiu homologar em território brasileiro a sentença italiana, atendendo a pedido do Ministério Público de Milão. Desde março, ele está preso.