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Leandro Hassum, nos EUA: ‘É mais difícil fazer brasileiro rir’

Escolhi Orlando para morar com a minha família por vários motivos, como segurança e qualidade de vida

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2017, 13h43 - Publicado em 1 jun 2017, 11h45

Escalado para compor o júri do primeiro Festival de Comédia Brasileira dos Estados Unidos, competição que vai selecionar talentos do stand-up residentes no país que também adotou como casa, o humorista Leandro Hassum acredita que é mais difícil levar às gargalhadas um brasileiro do que um americano. Promovido pela produtora BIS, especializada em levar espetáculos do Brasil para o EUA, o festival acontece em agosto em Boston, Miami e Orlando.  As inscrições estão abertas a partir desta semana, no site da produtora. Para se inscrever, os candidatos devem mandar vídeos de até cinco minutos. Selecionados, embarcam na turnê.

Hassum, que costuma participar de torneios para revelar talentos, falou ao site de VEJA sobre o evento, o humor e a opção de deixar o Brasil.

 

Como fazer piada sobre a política nacional para brasileiros que não moram mais no país? No meu show e nos shows a que gosto de assistir, as piadas são populares. As piadas atingem todo mundo, não importa a distância. Se falo de família ou coisas do cotidiano, trato de situações que acontecem com todo mundo.

O humor americano é bem diferente do brasileiro. Encontrou algum desafio? É muito mais difícil fazer o brasileiro rir, porque o brasileiro é naturalmente bem-humorado e cheio de piadas. Mas, de modo geral, o desafio de uma apresentação é o mesmo de todas: a gente nunca sabe o que esperar. No Brasil, costumamos dizer que tem dias que a plateia combina que não vai rir. Quando entro em cena é que descubro o que o público quer: humor mais escrachado ou mais inteligente. Por isso é preciso ter versatilidade para agradar à plateia.

Você também pensa em morar fora? Já estou morando fora desde o ano passado. Me divido entre Brasil e EUA porque tenho muito trabalho no Brasil e não pretendo abandoná-los. Escolhi Orlando para morar com a minha família por vários motivos, por segurança, por qualidade de vida, por possibilidades maiores de estudo para a minha filha, possibilidade de trabalho no ramo da minha mulher, que é administradora e designer de moda. Cada vez mais, a gente está se unindo. Aqui nos EUA, a gente achou um lugar para estar junto. Estou feliz.

Que dicas dá para quem quer fazer rir? As dicas que dou para quem vai se inscrever: tente trabalhar um humor popular, uma coisa mais generalizada, uma coisa de cotidiano, histórias que não sejam setorizadas, pois isso faz com que você atinja um público maior.

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