É de praxe nos Jogos Olímpicos que atletas de países sob regime ditatorial fujam e busquem asilo, mas a rota da velocista belarussa Krystsina Tsimanouskaya, 24 anos, foi inusitada. Inscrita em uma modalidade que nunca havia disputado, ela foi às redes sociais reclamar dos técnicos de Belarus — país do presidente Alexander Lukashenko, aquele que obrigou um avião que ia para a Lituânia a pousar em Minsk para prender um dissidente. Membros da delegação retiraram Krystsina do alojamento e a escoltaram até o aeroporto de Tóquio. Lá, ela conseguiu chamar a atenção da polícia, livrou-se dos guardiões e acabou ganhando asilo da Polônia. A atleta jura que o ato não foi premeditado e que fez o que fez por ter sua segurança ameaçada. “Não me envolvo com política. Para mim, só o esporte é importante”, afirma.
Publicado em VEJA de 11 de agosto de 2021, edição nº 2750