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Juliana Alves explica por que ‘é saudável contestar a TV Globo’

Em papo com a coluna, atriz ressalta importância do protagonismo negro em ‘Amor perfeito’

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2024, 23h59 - Publicado em 9 jun 2023, 15h00

Em Amor Perfeito, novela das 6 da TV Globo, Juliana Alves, 40, é Wanda, uma mulher à frente do seu tempo, de espírito cosmopolita, dona de uma loja que oferece produtos femininos “ousados” para a década de 1940: tops, calças compridas e terninhos. Em conversa com a coluna, a atriz comemora essa nova fase da dramaturgia da Globo, que – neste momento – tem todas as protagonistas de novelas negras.

De onde você tirou as referências de sua personagem? Lembro de algumas figuras da minha família, pessoas que tinham uma origem simples e conseguiram transitar em todos os ambientes, trazer novas possibilidades para suas vidas. A elegância não é só da forma de se vestir, mas é comportamento natural, sofisticação é da alma. Wanda é uma pessoa extremamente criativa. Está na alta sociedade de uma cidade interiorana, trazendo referências da cultura afro e causando.

A novela defende essa elite negra como reflexo de apagamento histórico. Você vê assim também? Isso, o Brasil teve essa construção cultural do embranquecimento. É como se o que não fosse do padrão branco era marginalizado ou invisibilizado. Se o Brasil não tivesse feito o caminho contrário, a gente estaria num lugar muito melhor. E a novela tem a possibilidade de trabalhar esse imaginário e esse resgate.

Como? Novela ainda é uma cultura que está muito enraizada, tem a possibilidade de entrar na mente das pessoas de uma maneira natural, lúdica, pelo entretenimento. Faz as pessoas saírem daquele olhar e irem a um outro ponto de vista sobre a diversidade.

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A seu ver, de que forma a representação do negro em papel de destaque auxilia nessa discussão? A gente está o tempo todo pensando como influenciar positivamente, tenho essa visão em tudo que faço na vida. A gente tem que aproveitar a onda positiva nesse momento, pela possibilidade de termos pessoas que estão trabalhando na escuta há muito tempo, para fazer diferente na liderança, escrevendo e respondendo sobre seus trabalhos.

Como você sente essas mudanças nos bastidores? Desde a criação e realização até o momento em que sento na minha carreira de caracterização e o diretor da novela conversa com toda a equipe de caracterização: “Peço que vocês tenham respeito por essas atrizes e respeitem como elas se sentem bem. Não vamos mudar, mexer ou corromper a estrutura capilar delas, não vamos mexer no cabelo delas. Vamos aceitar, acolher essas mulheres como elas são, porque esse é o nosso Brasil’. Não vamos negar as origens. Essa novela está pegando esse Brasil e está dando protagonismo inédito a nós.

Há relação com o contexto político atual? Olha, quando a gente teve o governo do inominável, já estava vivendo transformações. Essa é a loucura do Brasil: dá passos à frente, dá uns atrás… Não é de agora (essas mudanças), nossos passos vêm de longe. Tudo que nós estamos realizando hoje são construções de movimentos sociais lá atrás, que inclusive reivindicavam e brigavam com a TV Globo, com esse sistema, e falavam que está tudo errado. ‘Vocês estão excluindo o meu povo’. A gente sempre se colocou. Hoje me vejo num ambiente saudável, em que posso contestar esse lugar que estou, é saudável contestar a TV Globo. Porque a TV Globo entende que tem um papel social importantíssimo e nós estamos aprendendo a mudar essa realidade que não foi legal.

Em Nos tempos do imperador, o diretor foi afastado acusado de racismo com o elenco. A Globo aprendeu? Eu não posso responder por isso, mas vejo algumas pessoas que reconheço dos movimentos sociais, que estão aqui trabalhando. E estou vendo que essa novela está me mostrando algo novo que em anos de carreira não tinha visto. Mas isso (episódio de racismo) que aconteceu com as minhas irmãs de Nos Tempos do Imperador, que são pessoas que tenho afeto incrível e estou com elas nesse lugar, a dor delas é a minha dor.

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E quanto ao seu visual para a personagem, como faz para manter o cabelo? Aqui na TV Globo não dá tanto trabalho. De 15 em 15 dias solto e a gente refaz, aí tem um trabalhinho de três horas. Para a construção desse twist, primo da trança. A construção leva três horas, a gente faz uma trança nagô e agulha de crochê com esse twist é enfiada embaixo, o que segura. E na frente é fio a fio.

 

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