A reação do cérebro ao ato de doar — este é o tema da tese de pós-doutorado defendida pelo neurocientista carioca Jorge Moll Neto, 50 anos, pesquisador visitante da Universidade Stanford, na Califórnia. Em seu trabalho, Moll observou que, ao praticar o altruísmo, o ser humano ativa a mesma área cerebral acionada em atividades que proporcionam prazer, como o sexo. Agora, está prestes a botar a teoria em ação, com muito prazer: sua família, dona da Rede D’Or de hospitais, que acaba de abrir seu capital e está avaliada em 140 bilhões de reais, vai doar 500 milhões para pesquisas científicas através do Instituto D’Or. “Vamos internacionalizar a ciência brasileira e repatriar talentos que estão no exterior”, antecipa Moll, CEO do instituto que já é uma concentração de cabeças geniais: abriga mais de 100 ph.Ds sob seu guarda-chuva, responsáveis por 16 000 citações em revistas científicas e publicação de três centenas de artigos só no ano passado.
Publicado em VEJA de 7 de julho de 2021, edição nº 2745