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Festival de Gramado se reinventa após corte de verba estadual

Os diretores Rosa Helena Volk e Diego Scariot falam do desafio de organizar o mais longevo evento de audiovisual do país

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2024, 23h49 - Publicado em 16 jun 2023, 16h00

Prestes a pôr nas charmosas ruas de Gramado, na Serra Gaúcha, a 51ª edição do Festival de Cinema, a dupla Rosa Helena Volk, presidente da GramaTour, autarquia municipal responsável pela realização dos eventos da cidade, e o diretor Diego Scariot conversaram com a coluna sobre os desafios de manter o ineditismo do mais longevo festival audiovisual do país em atividade, sem interrupções nem mesmo quando a estatal Embrafilmes foi fechada, no sucateamento do governo Collor em 1990, ou na recente pandemia (quando o festival ganhou versão online). “Precisamos nos reinventar o tempo todo, até porque o mercado audiovisual está em franca expansão no país. Somos patrimônio histórico do estado desde 2006 e tivemos que fazer ajustes para nos adequarmos à realidade”, diz Rosa a respeito do evento que não terá recursos da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Estado, após decisão do Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Sul (CEC-RS) de optar pela sua não contemplação.

Previsto para ocorrer entre os dias 11 e 19 de agosto, o festival não terá a categoria filmes estrangeiros na competição, mas mantendo-os na exibição, o que incluirá séries. Aliás, uma série de um serviço de streaming será lançada durante a programação, ainda a ser divulgada. Esse ano os inscritos superaram os de 2022, mesmo com menos uma categoria. “Ano passado tivemos 1006 e agora 1025. Desse total, foram inscritos 625 curtas brasileiros, 107 curtas gaúchos, 119 longas brasileiros, 19 longas gaúchos e 145 documentários, uma categoria nova na competição”, contabiliza Diego.

Para esta edição, será dada uma atenção maior às mulheres, as grandes homenageadas. Um dos nomes já revelados é o da atriz Alice Braga, que receberá o Kikito de Cristal. “A força de trabalho feminina é muito significativa, mas ainda pouco representativa. Precisamos enaltecer e também cobrar maior espaço”, diz Rosa.

O orçamento do próximo festival gira em torno de 4 milhões de reais. O montante que é gerado para a economia local vem num comparativo com outro evento grandioso da cidade, o Natal-Luz. “Em cem dias, recebemos 2,5 milhões de pessoas e geramos 3 mil empregos diretos para o evento natalino. Em dez dias de festival, recebemos 300 mil pessoas e geremos 300 empregos diretos. É uma força e tanto para o turismo e a economia”, defende Diego.

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