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Erick Jacquin detona avaliação de restaurantes e o badalado guia Michelin

Chef de cozinha é o único jurado a permanecer desde a estreia do reality ‘Masterchef’

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 set 2023, 13h41 - Publicado em 8 set 2023, 11h00

Ao se tornar nacionalmente conhecido como o jurado “azedo” do reality MasterChef, da Band, Erick Jacquin, 58 anos, expande também seus negócios fora da televisão. Com o respaldo de sócios, já possui diversas casas – o premiado Président, o delivery JoJo Gastrô, o italiano Lvtetia, o bistrô Ça-Va, a casa de grelhados Steak Bife e o Cinq. Em meio a polêmicas declarações de que não toma banho ou escova dentes com frequência, algo já negado por ele, o chef conversou com a coluna sobre os programas de TV dos quais participa e deu opinião “quentíssima” sobre as avaliações que fazem sobre a gastronomia pelo mundo.

Como sentiu a mudança do MasterChef Brasil, sendo o jurado que restou da formação original do programa? O (Henrique) Fogaça voltou para o MasterChef profissional, acabamos de gravar. Ele tem uma personalidade diferente da do Rodrigo (Oliveira), mas os dois são bem legais, bem bacanas. Gosto muito do Fogaça, com quem já estou acostumado, é meu irmão no MasterChef. Mas o Rodrigo fez um excelente trabalho.

Como é a relação com a Paolla Carosella? Ainda se falam? Nós dois somos bem ocupados. Mas Paolla faz parte da família e, como nós, deve tudo ao MasterChef. Ela não pode esquecer isso. Então sigo ela, ela me segue, a gente se fala às vezes, mas ela é muito ocupada…

É verdade que o MasterChef quase foi comprado pela Globo? Eu vi isso num site de fofoca, mas não sei se é verdade, não tenho nenhuma informação. O MasterChef já faz quase dez anos, não é pouco, é um bom reality show, de família, de gastronomia. Mas eu sou cozinheiro.

O senhor se vê indo para outra emissora? Eu estou bem onde estou. Acompanho o MasterChef. Agora, imagina se outra emissora pega, pode ser que não queiram o Jacquin. Depende.

Os realities de culinária ficaram famosos no Brasil, sendo o MasterChef o mais popular entre eles. Esse formato ainda tem fôlego? Não tenho ideia, é surpresa total. Depende do público, de nós. Como vai se renovar, se reinventar, como fazer algo diferenciado. E tudo tem um fim na vida.

Acredita que a gastronomia no Brasil foi impactada por esses realities? O programa mostra que todo mundo pode cozinhar em casa. Estava uma vez em um shopping e uma menina agarrou a minha perna e falou: ‘Você é o meu gordinho favorito. Graças a você o meu pai cozinha em casa, a gente experimenta, dá nota’. Fiquei emocionado. Muita gente me para na rua e fala isso para mim.

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Sobre sua fama de durão no programa, gosta de ser visto assim? Não, mas eu sou justo, sou verdadeiro. Sou desse jeito, não faço papel. É o jeito que sou na vida, no trabalho, não tem um Jacquin diferente em cada lugar, só desse jeito. Não consigo segurar, preciso falar, mostrar, falo a verdade e ponto final. Goste ou não, é desse jeito.

Uma das vivências mais marcantes do programa Pesadelo na Cozinha aconteceu após as gravações no restaurante Ça-Va. O ex-dono, Antônio Carlos Cirelli, morreu vítima de Covid-19, e os filhos dele o procuraram. Como foi essa experiência para o senhor? É um dos meus restaurantes preferidos. Antônio me lembro muito quando cheguei no Brasil, 27 anos atrás. Ele tinha uma paixão pelo restaurante, pelo negócio dele, não podia nem deixar passar. Ele foi fazer uma operação e pegou Covid no hospital. Os filhos me procuraram e falaram que iam vender o restaurante, depois da morte do pai. Então fizemos um contrato e assumi o restaurante com meus sócios. Hoje é um dos que mais gosto do grupo. Estamos expandindo a marca, já temos dois Ça-Va Café, e um bistrô que vai abrir em breve, é maravilhoso.

Quantos restaurantes o senhor tem atualmente? Cinco. A gente vai abrir mais quatro neste ano.

O senhor sente pressão dos cozinheiros novatos por uma estrela Michelin? Olha, o Michelin já não está mais no Brasil. Ele parou dois anos durante a pandemia e nunca mais voltou. Então a gente não pode falar do Michelin no Brasil. Já era. Depois da pandemia, não teve ninguém que visitasse um restaurante no Brasil. Todo mundo vive do passado. Não tem mais estrela Michelin no Brasil. Como um restaurante vai ter estrela se não há visita há quatro anos? Não pode.

Rankings de avaliação costumam ajudar no marketing de certos restaurantes, não? Olha, tem uma revista inglesa (Restaurant, que publica a lista “World’s 50 Best Restaurant”) que aponta os 50 melhores restaurantes do mundo. Isso é a pior mentira que existe na gastronomia mundial. Como uma revista inglesa pode isso se os ingleses não têm cultura de restaurante coisa nenhuma, não sabem comer, não sabem cozinhar. De um dia para o outro decidem fazer uma eleição para ver quem são os melhores do mundo! Se os melhores restaurantes do mundo estão no Brasil, como estão os outros na Europa? Vamos pensar. A realidade é outra. O melhor restaurante do mundo está no Brasil? No Peru? Por favor, pelo amor de Deus, não! Quem acredita nisso? Tem um outro lado nesse negócio. Os caras que votam nem vão no restaurante, nunca pisaram o pé. É uma estatística, uma mentira. Se me pedirem para visitar, eu recuso. Para comer no meu restaurante, tem que pagar a conta. Faz parte da avaliação. Esses rankings prejudicam o trabalho de muita gente. Só Deus pode saber qual é o melhor restaurante do mundo.

O que acha dos participantes que saem do MasterChef achando que serão chefs renomados? Olha, temos três tipos de MasterChef: o profissional, amador e o sênior. No profissional, quando saem do programa, não vai mudar nada a vida deles, já são profissionais, trabalham bem e fazem o negócio deles. No amador, não é porque fez o MasterChef que ele vai ser cozinheiro no dia seguinte. Eu demorei anos, ainda estou aprendendo. Não é porque um amador fez o programa que virou chef. Precisa ter o pé no chão, não são profissionais.

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O que costuma falar a eles? Fiquem do lado dos melhores chefs. Não pensem em ganhar dinheiro. Vocês vão trabalhar o dia que os outros vão se divertir. Se você fizer tudo isso, pode ser que um dia seja um bom cozinheiro. Pode ser. Não prometo nada. Comecei assim. Meu pai falou para mim: ‘Quer aprender a trabalhar? Não vai ganhar nada, esqueça as roupas bonitas, os carros, viajar no fim de semana… E pode ser que um dia você seja um chef reconhecido’. Valeu a pena, mas trabalhei muito. Sem contar horário, sem contar as broncas, sem reclamar…

Qual é a melhor comida brasileira? Adoro baião de dois, uma galinha mineira, é maravilhosa. Tudo é bom quando é bem-feito, quando é respeitado.

E a pior? Eu não gosto muito de canela e pequi. Mas, se for bem preparado, pode até ser bom.

 

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