Resultado de uma apuração iniciada em 2006, o livro Uma Mulher Vestida de Silêncio — A Biografia de Maria Thereza Goulart, do jornalista Wagner William, foi lançado há uma semana. A obra traz a visão da então primeira-dama sobre o golpe de 1964 — que apeou do poder seu marido, João Goulart. Em 1º de abril daquele ano, a sempre elegante Maria Thereza foi expulsa da Granja do Torto com os dois filhos, Denise e João Vicente, e apenas uma mala de roupa — suprema heresia para quem tinha um guarda-roupa cheio de peças assinadas pelo estilista Dener. “É um livro sobre política, não sobre as roupas e recepções da biografada”, conta o autor. Do período no exílio no Uruguai e na Argentina, ela recorda a angústia de não poder entrar no Brasil para enterrar seus pais — e a melancolia do marido. Aos 78 anos, divide-se entre Rio, Brasília e Porto Alegre. Sabe-se que gostou de ver que a população não apoiou as comemorações dos 55 anos do golpe.
Publicado em VEJA de 17 de abril de 2019, edição nº 2630
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