Direita ou esquerda: de que lado Senna estava quanto à política
Vida e opiniões do ídolo voltaram à tona com série em sua homenagem na Netflix
Desde que a série Senna estreou na Netflix, as redes sociais estão em polvorosa para registrar e discutir elementos da vida do piloto de Fórmula 1 morto em 1994. Um dos temas mais espinhos diz respeito não à vida pessoal de Ayrton Senna, mas ao que ele pensava sobre política.
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Seu contemporâneo e também piloto Nelson Piquet, chegou a subir no palanque com o então presidente Jair Bolsonaro, e chamou a TV Globo de “lixo” há pouco tempo. Logo internautas mais afoitos supuseram que, se ainda fosse vivo, Senna talvez fosse bolsonarista. Algo que, convenhamos, não é possível de dizer.
Mas uma pista do que pensava o ídolo do esporte está numa das últimas entrevistas que ele deu, para a revista portuguesa Nova Gente, publicada em 26 de abril de 1994, poucos dias antes de sua morte. O repórter perguntou qual era a sua real posição política. Ayrton Senna assim respondeu: “Nenhuma”. Em seguida, é questionado: “E a política? Preocupa-o? “Sim e não. Odeio políticos, mas compreendo que países como o Brasil precisam de uma melhor organização, não sei se serão os políticos a conseguir isso, porque são muito egoístas.”
Em resumo, Senna não nutria, ao menos publicamente, qualquer ideologia política. Suas maiores vitórias aconteceram justamente numa época em que o país estava mergulhado em hiperinflação desenfreada e em meio ao rebuliço causado pelo impeachment de Fernando Collor. Outros tempos.