Por que um livro sobre maternidade? Tenho uma filha de 5 anos e outra de 2. Sou supermaternal. Mulheres me perguntam como é fazer parto normal e se gravidez realmente dá desejo. Dá, sim: tive desejos da infância, como chupar manga por um furinho e comer pão com ovo. Quero dividir as angústias com as mulheres. Está quase pronto, estou só corrigindo o texto. Sou exigente: gosto de lapidar tudo.
Quando notou que tinha credenciais para escrever? Sempre achei gostoso falar horas e horas sobre isso. E sou curiosa: quando fui ter minha primeira filha, perguntei à anestesista como era a dor de um parto. Ela disse que era a mesma coisa que arrancar um dedo friamente. Imagina fazer um parto normal depois de ouvir isso? Como passei por dois, tenho muita bagagem. Comecei a escrever e saíram coisas lindas, sabe? Foi bico fazer o livro. Minha professora diz que sou sensível demais na hora de escrever.
Professora? Duas vezes por semana, faço aulas de história e inglês. Isso me deixa mais segura e menos ansiosa na TV, pois sempre entrevisto pessoas inteligentes. Estudar me fascina.
O que tem estudado? Depende da vontade no momento. Vamos de Graciliano Ramos à minha infância. Considero minha professora uma amiga superinteligente com quem troco ideias. Às vezes, vamos juntas ao museu e ao teatro. Debatemos até sobre o empoderamento da mulher.
Qual é sua visão sobre o tema? A mulher tem um papel muito legal na sociedade, mas poderia ser mais tranquila. Hoje, algumas acham que tudo precisa ser de igual para igual. Isso quebra a magia: o homem gosta de cortejar e ser provedor. Lá em casa, quem manda sou eu, mas é meu marido quem faz a gentileza de me levar para jantar e pagar a conta. A mulher tem de relaxar mais.
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