Com o aumento da temperatura e a forte onda de calor no país, alguns animais que vivem em parques e zoológicos precisam de atenção redobrada. Marcos Traad, zootecnista e diretor técnico do grupo Cataratas, responsável pelo BioParque do Rio e AquaRio Paineiras-Corcovado, entre outros, conversou com a coluna sobre os desafios e as medidas para enfrentar as mudanças na rotina dos animais silvestres.
“A temperatura ambiente é um fator preponderante para manutenção do conforto térmico do animal e com isso logicamente, em mudanças, algumas medidas são tomadas. Aqui no Rio o calor afeta mais animais de clima temperado, como o tigre e o urso. Os cativeiros já têm projetos e planos de trabalho voltados ao bem-estar animal. Os recintos dos animais hoje são mais providos de sombra, coisa que no passado não se dava muita atenção. Também há ambientes um pouco mais úmidos para trazer conforto”, explica Traad.
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O zootecnista ressalta que os visitantes às vezes reclamam desses espaços, já que os animais ficam “escondidos” em dias mais quentes. Outras medidas pensadas para o conforto das espécies podem ser sistemas de ventilação, aumento de locais de sombra e sprays de água – além de picolés destinados a cada espécie. “Aqui [no Bioparque] temos algumas atividades de enriquecimento ambiental, não só para melhoria do conforto térmico do animal, mas de uma atividade lúdica. Quando está muito calor o leão, por exemplo, recebe um picolé de sangue, a elefanta recebe uma melancia gelada”.