O Festival de Cinema de Vassouras 2023 começou nesta sexta-feira, 16, com homenagem a Antônio Pitanga, 84, e exibição de filmes, curtas e animações nacionais ao longo da programação, que vai até o dia 24. Os organizadores do evento, o cineasta Bruno Saglia e a atriz e produtora-executiva Jane Saglia, ressaltam o objetivo de valorizar as produções regionais, além de incentivar o consumo de cinema e colaborar com o turismo na região do Vale do Café. O clima na cidade já é de festa, com ocupação total dos hotéis e parceria dos comerciantes locais.
O grande homenageado da edição, que contou com a companhia do filho Rocco Pitanga, 42, comemorou a importância do cinema e falou sobre o cenário atual de maior diversidade nas produções. “Eu cheguei na porta dos 84 anos, com 60 e poucos anos de carreira, se você me pergunta de equidade, vou te dizer que nós atores e atrizes [negros], a gente contava nos dedos. Hoje, décadas depois, valeu a pena, mesmo a conta não fechando, hoje você não conta nos dedos, você vê um percentual significativo… Esse movimento, eu fico muito feliz de estar de pé, um arvoredo, um baobá, quase centenário, ver esses novos nomes, Lázaro Ramos, Rocco, é de se aplaudir”, disse Antônio Pitanga.
O ator, que teve dois filmes exibidos no primeiro dia de programação – Pitanga (2016) e Casa de Antiguidades (2020), também comentou sobre a relação com as novas gerações. “Eu não sou daquelas pessoas que chega uma idade e falam: ‘no meu tempo era assim’. Eu acho que esse movimento do mundo me faz crer e entender que o somatório de conquistas nos coloca em outra narrativa. Eu estou, como dizem, que nem pinto no lixo, eu vejo essa garotada e estou mergulhando, dialogando com elas, interagindo. Me faz dizer: eu não tenho 84 anos, eu tenho 17 anos para chegar a 100… Tudo que estão fazendo eu tenho uma certa coautoria, pela longa estrada que fiz. É bom estar vivendo essa mudança, meu tempo é agora”.