‘Ainda Estou Aqui’: cinco curiosas diferenças entre o livro e o filme
Longa lançou fama internacional a obra de Marcelo Rubens Paiva
Mais de quarenta anos depois do sucesso de Feliz ano velho, que relata o acidente que o deixou tetraplégico, Marcelo Rubens Paiva vê outra parte de sua história ganhar fama nacional e internacional com o filme Ainda estou aqui. Uma adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo em 2015. O longa de Walter Salles já levou mais de 2 milhões de espectadores aos cinemas e ajudou a levar o livro à lista dos mais vendidos em não ficção no Brasil.
A trama narra a luta dramática da família Paiva com foco no olhar de sua mãe, Eunice. Mãe de cinco filhos, ela viu-se obrigada a criá-los sozinha quando, em janeiro de 1971, Rubens Paiva foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Marcelo fala também de memória, usando como ponto de conexão a doença de Alzheimer da mãe, o nascimento do filho e a ditadura civil-militar no Brasil. Ele mergulha num momento sombrio da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com seu pai.
A seguir, algumas diferenças entre o livro e o filme:
1) O filme centra-se na vida da família já no Rio de Janeiro. O livro descreve os acontecimentos antes desse período: a vida em São Paulo, o Golpe de 1964, a cassação e o exílio do deputado Rubens Paiva;
2) A Eunice do livro é um pouco diferente da Eunice da Fernanda Torres (esta, um pouco mais calorosa);
3) Não existiu um cachorro Pimpão, como o filme mostra. Pimpão era um gato (ou uma mistura de vários) que aparecia com frequência na casa da família;
4) O filme segue uma ordem cronológica e o ponto de vista de Eunice, diferentemente do livro;
5) O livro conta detalhes saborosos não presentes no filme, como o recado secreto numa caixa de fósforos que Marcelo levou a uma vizinha quando o pai foi preso.