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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Toda pressão sobre Paulo Guedes

Estacionado nas pesquisas, presidente admite conselhos para demitir ministro da Economia

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jun 2022, 17h23 - Publicado em 6 jun 2022, 11h59

Em entrevista nesta segunda-feira, 6, ao canal AgroMais, o presidente Jair Bolsonaro, admitiu que recebeu pressões pela demissão do ministro da Economia, Paulo Guedes. “De vez em quando alguns querem que eu troque ele (Paulo Guedes) para resolver certos assuntos. Eu prefiro conversar com ele e, dentro daquela lealdade mútua que temos, mudar algumas coisas e prosseguir nessa linha”, disse Bolsonaro. A pressão cresce a cada pesquisa eleitoral mostrando a economia como o maior fator de influência no voto e o pior ponto do governo Bolsonaro.

Depois de arrebatar os votos do ex-eleitores de Sergio Moro, Bolsonaro estacionou nas pesquisas. O discurso radical contra a Justiça eleitoral e o antipetismo não tem hoje o mesmo efeito de 2018 e o sentimento geral na população é que a vida piorou. Se nada for feito, dizem todos os ministros políticos, Bolsonaro vai perder a eleição.

Na quinta-feira (2/6), Guedes conseguiu convencer Bolsonaro a não enviar ao Congresso Nacional um Decreto de Estado de Calamidade Pública, manobra que permitiria ao governo gastos extraordinários no Orçamento para subsidiar os combustíveis, reajustar os servidores públicos e aumentar o valor do Auxílio Brasil. Guedes amedrontou Bolsonaro que uma intervenção no orçamento geraria resultado inverso, com o dólar explodindo e os preços de combustíveis subindo ainda mais.

Guedes tem vários problemas a enfrentar até as eleições:

· Reajuste dos servidores públicos – Bolsonaro prometeu aumento para os policiais, e depois que os funcionários do Banco Central e Tesouro Nacional entraram em greve, também para todos os servidores. Segundo a equipe econômica, se houver o reajuste linear de 5% para os servidores, o bloqueio de gastos no orçamento vai pular de R$ 8,2 bilhões para R$ 13,5 bilhões. Guedes defende um aumento apenas no auxílio-alimentação.

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· O Senado deve aprovar o corte do ICMS sobre combustíveis, mas o efeito na inflação será menor do que o projetado pelas casas bancárias. Com a defasagem de 20%, é mais provável que o ganho apenas evite novos aumentos.

· O presidente da Petrobras indicado por Guedes vai assumir sob o risco de faltar diesel porque as importadoras pararam de comprar em função da defasagem de preços. Um país sem caminhões rodando em setembro é entregar o jogo no primeiro turno.

· Há um tarifaço programado na energia elétrica, que a Câmara tenta evitar adiando os aumentos para 2023.

· Ao contrário das matérias edulcorantes dos jornais, a privatização da Eletrobras será confusa. Os esqueletos em Furnas e outras subsidiárias estão saindo do armário e a possibilidade de um governo petista tornar a vida da empresa um inferno é real.

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· Em agosto, a equipe econômica precisa enviar o projeto de lei do orçamento 2023 com um arrocho forte de despesas.

· A safra 202/23 será a mais cara do século, com a alta internacional de fertilizantes. O Plano Safra apresentado pelo governo é insuficiente diante do choque climático e externo.

· A atividade que veio abaixo do esperado no trimestre estará em declínio nos meses de setembro e outubro.

Para manter suas chances em outubro, Bolsonaro vai mudar a economia com ou sem Guedes. A questão é se o ministro vai agir antes ou ser mudado.

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