Assine VEJA por R$2,00/semana
Thomas Traumann Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
Continua após publicidade

Pesquisa mostra que chance de Lula levar no 1º turno depende de “apáticos”

Ex-presidente tem 61% das intenções de quem anulou nas últimas eleições, diz Genial/Quaest

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 fev 2022, 10h59
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Recorte da pesquisa Genial/Quaest mostra que a possibilidade de o candidato Lula da Silva vencer no primeiro turno depende do comportamento dos eleitores que não votaram ou votaram em branco ou nulo nas eleições de 2018 e 20. Em todos os cenários projetados pela Quaest, o índice de Lula oscila na margem de erro de vitória no primeiro turno. “Mas a análise detalhada da pesquisa mostra que essa vantagem está construída sobre eleitores que foram apáticos nas últimas eleições”, disse o diretor da Quaest, Felipe Nunes.

    Publicidade

    Em uma de suas perguntas, a Quaest dividiu os eleitores entre aqueles que votaram em 2018 e 2020 e pretendem votar em 2022 e os demais. A intenção era medir o que os cientistas políticos americanos chamam de eleitores “firmes” ou “prováveis”, um índice fundamental nos EUA onde o voto não é obrigatório. Há um consenso científico de que parte dos erros das pesquisas nas eleições americanas de 2016 se deve ao comparecimento às urnas de eleitores de Donald Trump que geralmente não votavam e que foram ignorados pelas sondagens. Em 2016, fora os eleitores “apáticos” que deram a vitória a Trump em estados chave.

    Publicidade

    Calculando apenas os votos válidos (excluindo os brancos e nulos) entre os “eleitores prováveis”, a Quaest chegou ao seguinte resultado;

    Lula da Silva 48%

    Publicidade

    Jair Bolsonaro 33%

    Continua após a publicidade

    Ciro Gomes 7%

    Publicidade

    Sergio Moro 7%

    João Doria 2%

    Publicidade

    André Janones 1%

    Continua após a publicidade

    Simone Tebet 1%

    Publicidade

    A diferença com o resultado geral está no crescimento de Bolsonaro, que salta de 25% para 33% dos votos válidos, comprovando o poder mobilizador do presidente. Essa firmeza dos eleitores bolsonaristas é um trunfo, cuja dimensão deve ser analisada em novas pesquisas.

    A novidade surgiu quando a Quaest mensurou a opinião dos eleitores apáticos, que se abstiveram ou invalidaram seus votos nas eleições para presidente em 2018 e prefeito em 2020, mas que dessa vez dizem que pretendem votar.

    Entre os que votaram branco ou nulo nas eleições de 2018 e 2020, o resultado:

    Continua após a publicidade

    Lula 61%

    Ciro 11%

    Moro 10%

    Bolsonaro 7%

    Continua após a publicidade

    Entre os eleitores que se abstiveram, o resultado da pesquisa é

    Lula 58%

    Bolsonaro 18%

    Ciro 9%

    Continua após a publicidade

    Moro 8%

    Isso significa dizer que a candidatura Lula em 2022 está atraindo eleitores que não participavam da política nas últimas eleições. “Num quadro no qual os eleitores que tradicionalmente não comparecem, podem decidir ir às urnas, o clima da campanha fará toda a diferença. Uma eleição tranquila pode incentivar mais gente a votar. Uma eleição de ataques por todos os lados, vai reviver no eleitor a ojeriza à política. Por isso, para Bolsonaro interessa radicalizar e tornar o debate mais violento possível e afastar esse eleitor da eleição, uma vez que ele tende a votar em Lula. Enquanto para Lula, é importante baixar a poeira e ser o Lulinha paz e amor. Isso explica o movimento de Bolsonaro para engajar os seus eleitores mais radicais, que vão votar de qualquer jeito, e o de Lula, de tentar dar um tom conciliador para sua campanha”, analisa Nunes.

    Este recorte da pesquisa é importante porque o voto no Brasil é obrigatório, mas só na teoria. Em 1994, última eleição presidencial antes das urnas eletrônicas, 29,3% dos eleitores não votaram. Com a automatização das urnas, o comparecimento foi subindo e em 2002, somente 17,7% não compareceram. A percentagem de ausentes foi crescendo e chegou a 20,3% em 2018. Em números seria como se dos 147,5 milhões de eleitores registrados, 29,5 milhões deixassem de votar. É quase a soma de todos os eleitores das regiões Sul e Centro-Oeste. É tanta gente que não vota no Brasil que para entender melhor o cenário eleitoral é preciso saber quem realmente vai participar do jogo. Em uma eleição disputada como promete ser a de 2022, mobilizar os eleitores a comparecer ou aumentar a abstenção do adversário pode ser a diferença entre a vitória ou derrota.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.