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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Pesquisa: Metade dos eleitores diz que defesa do aborto pode afetar voto

Levantamento Genial/Quaest indica que candidatura Lula ainda pode sofrer revés por declaração

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 Maio 2022, 07h38

A defesa improvisada da legalização do aborto tem o potencial de afetar a candidatura Lula da Silva, indica pesquisa Genial/Quaest divulgada hoje de manhã. De acordo com o levantamento, 53% dos entrevistados não sabiam da declaração de Lula. Informados, a metade dos entrevistados disse que a posição sobre o aborto por um candidato afeta a chance de voto e 40% que não altera. Entre os eleitores evangélicos, 62% dizem que podem mudar o voto em função do aborto.

Na pesquisa Genial/Quaest, Lula está na margem para vencer no primeiro turno, com 46% das intenções de voto contra 44% dos adversários somados. Entre os eleitores evangélicos, no entanto, Lula perde para Jair Bolsonaro de 47% a 30%. “Com o decorrer da campanha, a rejeição do eleitorado à legalização do aborto é um fator que pode atingir o favoritismo atual de Lula”, disse o diretor da Quaest, Felipe Nunes.

De acordo com Genial/Quaest, 44% dos entrevistados sabiam da declaração de Lula defendendo que o aborto seja tratado como uma questão de saúde pública, com os evangélicos estando mais informados que os católicos. Para 43% dos católicos e 30% dos evangélicos a declaração não influencia o voto, mas para 48% dos católicos e 62% dos evangélicos a posição sobre o tema tem peso eleitoral.

Nunes compara a questão do aborto para a campanha Lula com a rejeição do eleitorado ao perdão presidencial para o deputado Daniel Silveira, que interrompeu a alta dos índices de Bolsonaro depois de três meses. 45% dos entrevistados da pesquisa Genial/Quaest reprovaram a decisão de Bolsonaro de perdoar o deputado condenado a 8 anos de prisão por ameaçar os ministros do Supremo Tribunal Federal. “As duas candidaturas principais estão sob intenso escrutínio dos eleitores e, por isso, qualquer ato falho provoca oscilações nos índices de intenção de voto”, diz Nunes.

No cenário com oito candidatos da Genial/Quaest, Lula tem 46% das intenções de voto, Bolsonaro vem em segundo lugar com 29% das intenções de voto, seguido por Ciro Gomes com 7%, João Doria e André Janones com 3%, Simone Tebet e Felipe D’Ávila com 1% e Luciano Bivar com 0%. A principal vantagem de Lula está entre as mulheres: o ex-presidente fica com 51% dos votos, contra 22% do atual presidente. Na simulação do segundo turno, Lula chega a 54% contra 34% de Bolsonaro.

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