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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O papel de Alckmin num governo Lula

Citado 11 vezes na entrevista ao Jornal Nacional, candidato a vice terá influencia na escolha da equipe econômica

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 ago 2022, 16h58

Geraldo Alckmin foi citado onze vezes por Lula da Silva nos 40 minutos de entrevista de quinta-feira (26) no Jornal Nacional. Nas palavras de Lula, o candidato a vice irá “governar junto”, “tem a experiência para fazer mais”, é um “sujeito esperto” e deposita nele “100% de confiança”. Alckmin virou o fiador de um eventual governo Lula como em 2018 Paulo Guedes foi o avalista de Jair Bolsonaro em 2018.

Foi uma decisão estratégica. Em 2002, quando as pesquisas qualitativas mostravam que parte do eleitorado duvidava da capacidade administrativa de Lula, o programa de TV do PT mostrou uma dúzia de professores e prefeitos fingindo discutir o programa de governo _ como se para dizer que uma vez eleito, ele teria por trás de si uma equipe experiente. Na mesma campanha, Lula usou o apoio de empresários como Eugenio Staub e ex-presidentes como José Sarney e Itamar Franco para assegurar ao eleitor que ele não seria um incendiário.

Vinte anos depois, Lula volta para o mesmo lugar. Mesmo repetindo que seus anos de presidência são a garantia da responsabilidade fiscal em um novo governo, Lula sabe que isso não basta. Os governos Dilma se tornaram um tabu nas conversas com o empresariado. Lula habilmente criticou a gestão da sucessora na entrevista ao JN, citando especificamente o congelamento dos preços dos combustíveis e a desoneração da folha de pagamento, mas, de novo, isso não é suficiente.

Lula não irá indicar sua equipe econômica antes de uma eventual vitória, mas Alckmin terá influência na escolha. Nas próximas semanas, a campanha deve ampliar a visibilidade de Alckmin para deixar mais evidente o protagonismo do ex-tucano.

A equipe econômica que assessora Lula desenha um quadro fiscal tenebroso para 2023, com um rombo no Teto de Gastos que pode chegar a R$500 milhões com a prorrogação do Auxílio Fiscal, reajuste no salários dos servidores e pagamento de precatórios atrasados. Convencer o Congresso da necessidade de uma licença para gastar mais será fácil. Fazer isso sem que o mercado comece a apostar numa alta de juros e câmbio no começo do governo é improvável a não ser que Lula ofereça algum sinal. O primeiro, de que o track-record de Lula é positivo, não deu certo. O segundo, de que Alckmin terá um papel preponderante no governo, está sendo jogado agora.

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