Exclusivo: ministro da Fazenda de Lula deve sair em novembro
Em caso de vitória, petista tende a escolher nome antes da reunião de dezembro do Copom
Se ganhar as eleições, o ex-presidente Lula da Silva deve anunciar o novo ministro da Fazenda em novembro, antes da próxima reunião do Copom do Banco Central, marcada para os dias 6 e 7 de dezembro, segundo fontes da campanha. Ao fim das eleições, Lula deve tirar uma semana de férias e iniciar logo em seguida as reuniões para decidir os primeiros nomes. Na hipótese da vitória, o candidato a vice Geraldo Alckmin deverá ser o coordenador da equipe de transição.
O anúncio do ministro da Fazenda, virá junto com o fim do Ministério da Economia e a recriação das pastas do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico/Indústria e Comércio, como era antes do governo Bolsonaro.
O nome do novo ministro da Fazenda servirá abaixar o ruído com o mercado financeiro. Embora exista um consenso no mercado hoje de que os juros vão permanecer estáveis até o ano que vem, a indefinição de um nome pode gerar movimentos especulativos que tornariam mais difícil a transição para o governo Lula.
A indicação de um ministro em novembro, segundo fontes da campanha Lula, permitiria contatos formais com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o início de discussões para a indicação de dois novos diretores para serem sabatinados em fevereiro. Os mandatos de Bruno Serra Fernandes (Política Monetária) e Paulo Sérgio Neves de Souza (Fiscalização) se encerram em 28 de fevereiro e os nomes serão o primeiro teste da convivência de um eventual governo do PT com o BC independente.
A campanha Lula está inclinada a não negociar neste ano o tamanho do valor extra-teto para pagar o Auxílio Brasil de R$ 600. A ala política acha que Lula perderia capital político se negociasse com o presidente Arthur Lira antes de tomar posse, numa situação no qual o presidente da Câmara tem o poder e o petista não. Segundo as contas da área econômica da campanha é possível pagar o Auxílio por seis ou oito meses através de uma medida provisória em 2 de janeiro contingenciando recursos de outras áreas. Isso daria tempo para Lula tomar posse, a nova equipe econômica ter acesso aos dados reais da economia e ocorrer a eleição das presidências da Câmara e Senado, em fevereiro.