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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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Datafolha acelera negociações do PT para ter apoio de Márcio França

Com possibilidade de vitória no primeiro turno, Lula tenta acertar palanques estaduais

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 27 Maio 2022, 08h38 - Publicado em 26 Maio 2022, 20h32

Não há aroma mais irresistível na política do que a proximidade do poder.

A vantagem de 21 pontos percentuais de Lula da Silva sobre Jair Bolsonaro na pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 26, vai acelerar as negociações mais relevantes da campanha do PT:

· Convencer o ex-governador Márcio França a desistir da candidatura a governador, apoiar Fernando Haddad e disputar o Senado com Sergio Moro. Não há conversa de Lula nos últimos dez dias que ele não cite a necessidade de unir o palanque em São Paulo, prometendo “fazer tudo o que for do meu alcance” para que França seja eleito senador;

· Conseguir o apoio nacional do Avante, o partido do deputado André Janones. Talentoso nas redes sociais, Janones tem 2% nas intenções de voto.

· Acertar de vez o palanque no Rio, com Marcelo Freixo (PSB) como candidato a governador com apoio do PT. Lula ainda imagina possível convencer o prefeito do Rio, Eduardo Paes, do PSD, indicar o candidato a vice ou senador, embora ninguém no Estado do Rio acredite neste acordo. Se Paes recusar, o candidato a senador será o deputado estadual petista André Ceciliano. O único ponto pacífico é que o deputado federal Alexandre Molon, do PSB, não será candidato na chapa majoritária.

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· Tentar um acordo com o PSD de Gilberto Kassab ainda no primeiro turno. As chapas do partido no Sul e Centro-Oeste são bolsonaristas, mas Lula acredita que se mantiver o favoritismo pode obter um acordo pelo qual o partido o apoiaria liberando os descontentes.

· Impor de vez o apoio do PT ao candidato do PSB a governador de Pernambuco, Danilo Cabral, que pontua mal nas pesquisas. A líder é a ex-petista Marília Arraes, agora no Solidariedade, mas a força do PSB pernambucano na direção nacional obriga uma disciplina do PT a favor do acordo.

· O único Estado que Lula considera um caso perdido é o Rio Grande do Sul, no qual o candidato do PSB, Beto Albuquerque, e o do PT, Edegar Pretto, têm relações ruins. Lula vai a Porto Alegre e Caxias do Sul na semana que vem, a primeira agenda conjunta com o seu vice, Geraldo Alckmin.

Com possibilidade de vitória no primeiro turno, Lula acredita que terá maior poder de convencimento sobre o PT e os aliados para montar as chapas nos estados.

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