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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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As verdades inconvenientes das pesquisas

A janela para viabilizar um adversário de Bolsonaro e Lula está fechando

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 out 2021, 10h11
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  • O desejo de parte substancial dos empresários e agentes do mercado financeiro de que surja um candidato da direita liberal para enfrentar Bolsonaro e Lula tem contaminado as avaliações das pesquisas. Algumas verdades inconvenientes:

    → Não está escrito em lugar algum que se Bolsonaro cair para menos de 20% das intenções de voto o seu apoio irá derreter de forma rápida e que os ex-bolsonaristas irão correndo apoiar um candidato liberal para derrotar Lula.

    → Se a popularidade de Bolsonaro realmente derreter, é provável que essa queda seja decorrência da alta da inflação, falta de emprego e instabilidade da economia. A candidatura Lula, pelo menos hoje, tem muito mais possibilidade de capturar esses eleitores com a memória de 2010 do que um candidato da direita liberal que nunca foi presidente.

    → Lula tem em torno de 45% das intenções de voto, o maior índice que já teve um ano antes da eleição. A partir disso, alguns quilos de papel foram publicados afirmando que Lula “bateu no teto” sem qualquer base a não ser o desejo dos analistas. Aliás, 45% hoje é maioria absoluta dos votos.

    → Hoje Lula está mais perto de vencer no primeiro turno do que enfrentar outro adversário que não Bolsonaro num eventual segundo turno.

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    → A porcentagem dos eleitores que se dizem insatisfeitos com as opções Lula e Bolsonaro variam entre 15% (na pesquisa DataPoder) e 29% (Quaest), mas ambas incluem os eleitores de Ciro Gomes que guardam pouca ou nenhuma similaridade com os eleitores de João Doria ou Eduardo Leite. Isso sem contar os que vão votar nulo ou branco. A largada desse candidato da direita liberal, portanto, está mais na casa dos 10%. Não existe um clamor nas ruas por Doria, Leite, Rodrigo Pacheco, Simone Tebet ou qualquer outra novidade.

    → Quando o PSDB fizer suas prévias no final de novembro, o escolhido terá enorme visibilidade da mídia e, certamente, vai crescer nas pesquisas. Mas logo depois vem Natal, férias escolares e Carnaval, e ninguém vai prestar atenção no que ele tem a dizer. A direita liberal tinha que ter acertado o seu candidato em junho. Agora vai largar atrás.

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