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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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As mensagens que o mercado não quis ouvir

Ao falar em melhora do gasto público e de prioridade à reforma tributária, Haddad aponta para uma inédita preocupação da esquerda com a eficiência do Estado

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 25 nov 2022, 20h44 - Publicado em 25 nov 2022, 20h19
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  • Fernando Haddad participa de evento da Febraban, em São Paulo -
    Fernando Haddad participa de evento da Febraban, em São Paulo - (Febraban/Reprodução)

    A repulsa do mercado ao discurso do ex-ministro Fernando Haddad no almoço promovido pela Febraban nesta sexta-feira, dia 25, se deve aos operadores não terem ouvido a primeira frase da mensagem: “Estou aqui em nome do presidente Lula e não falo em nome pessoal”. O cuidado do possível ministro da Fazenda em não se sentar no cargo antes de ser anunciado foi tomado como um desaforo. Num dia de mercado fraco — com a ressaca do pós-feriado de Ação de Graças nos EUA — o Ibovespa caiu 2,55% e o dólar fechou em alta de 1,89%.

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    Era um impasse insolúvel. O que o mercado queria ouvir — uma definição da nova âncora fiscal ou a dimensão valor/tempo da PEC da Transição –, Haddad não podia falar. O que o ex-ministro podia falar, os operadores não queriam ouvir.

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    É fato que faltou ao discurso de Haddad sinalizações simples à responsabilidade fiscal para além do desgastado “nos oito anos do governo Lula…”, mas a irritação dos operadores os impediu de ouvir pontos relevantes do discurso:

    · Ele defendeu a continuação da proposta de reforma tributária de Bernardo Appy que gera a maior simplificação de impostos estaduais e municipais da história. É primeira vez que um governo — seja de esquerda ou direita — coloca a reforma tributária como sua prioridade legislativa;

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    · Ele reforçou que o problema de muitos setores do governo não é orçamento, mas a qualidade do gasto público. Citou especificamente a experiência petista com o Bolsa Família, justamente o cerne dos debates sobre o orçamento de 2023. É o mesmo que dizer que, provavelmente, o novo governo poderá entregar o que prometeu nas urnas com menos que os R$ 175 bilhões pedidos de extraorçamento para 2023;

    · Impedido de falar sobre a PEC da Transição (afinal não participa das negociações), Haddad disse a frase que, pela primeira vez na boca de um petista, junta preocupações fiscais e sociais: “Vamos analisar as demandas da sociedade, analisar também o impacto disso do ponto de vista de juros futuros, de trajetória de dívida e de atendimento da população para chegar a um denominador comum”.

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    Em condições normais, esses três pontos teriam aplausos dos operadores. Não tiveram, mas a responsabilidade nem de Haddad, nem da ansiedade da plateia na Febraban. Os dedos devem estar apontados para Lula, que ao centralizar as decisões e atrasar as definições de ministros faz de seus assessores meros porta-vozes sem autonomia.

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