Havia mais jornalistas do que eleitores no primeiro dia da volta de Jair Bolsonaro ao Brasil, depois de três meses de autoexílio nos EUA. O fracasso da mobilização popular de retorno do ex-presidente revela as dificuldades de se trabalhar sem o aparato da máquina. Na oposição, Bolsonaro tem o mesmo alcance limitado que Lula tinha até o ano passado.
Na ilusão bolsonarista, o ex-presidente seria capaz de reunir dezenas de milhares em atos públicos pelo país. Sem uma eleição próxima, isso dificilmente irá ocorrer. Com a notável exceção dos governos Dilma, os eleitores têm mais que fazer do que ir para as ruas sem uma perspectiva de real de tomada de poder.
Os bolsonaristas irão fazer barulho no Congresso e nas redes sociais, mas precisam contar erros grosseiros do presidente para mobilizar as massas.