Dados inéditos da pesquisa Genial/Quaest mostram que 85% da população rejeita a atual política de preços da Petrobras, na qual a variação das cotações internacionais do barril de petróleo é repassada para o consumidor brasileiro. Segundo a pesquisa, apenas 3% dos eleitores concordam que a companhia deveria continuar subindo os preços conforme o mercado internacional. O presidente Jair Bolsonaro é considerado pelos entrevistados como o maior responsável pela alta dos preços.
Os preços dos combustíveis serão um dos eixos da campanha eleitoral. Depois que a Petrobras reajustou no mês passado em 25% os preços do óleo diesel e 18% da gasolina, Bolsonaro demitiu o então presidente da Petrobras, general Silva e Luna. Na quarta-feira 6, o governo indicou José Mauro Ferreira Coelho para presidir a Petrobras e Márcio Andrade Weber para comandar o conselho de administração. Ambos são favoráveis a manter o atual sistema de repasses de preços.
Em razão do aumento nos combustíveis, a inflação de março foi a maior para o mês desde a implantação do Plano Real, 1,62%. É um índice tão alto que significa que apenas no primeiro trimestre os preços no Brasil subiram 3,2%, quase a previsão inicial de inflação para o ano todo. Na pesquisa Genial/Quaest, 74% dos entrevistados disseram esperar que a inflação continue subindo.
Perguntados sobre quem é o responsável pela alta nos combustíveis, os eleitores responderam:
24% Bolsonaro
15% Petrobras
14% guerra entre Rússia e Ucrânia
2% governadores
Colocados pela Quaest em torno de outras opções, os eleitores defenderam subsídios:
52% querem que os governos arquem com parte das passagens de ônibus; 26% são contra.
44% apoiam dar um vale-combustível aos caminheiros, motoristas de táxis, ônibus e aplicativos; 30% são contra.
Apesar da queixa contra a Petrobras, os eleitores se dividiram sobre a hipótese de uma interferência nos preços:
35% disseram “apoiar totalmente” congelar os preços, mesmo que isso cause prejuízo à Petrobras.
24% disseram “apoiar a ideia em parte”.
36% foram contra.
A privatização da companhia não é popular. Segundo a pesquisa, 53% dos brasileiros são contra e só 29%, a favor.