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Na década de 1970, o cinema produzia filmes do gênero catástrofe como “Aeroporto”, “O Destino do Poseidon” ou “Inferno na Torre”. Na TV, os orçamentos limitados não permitiam que as séries competissem com esse tipo de produção. Mas um tema se tornou recorrente para o gênero de ficção científica: o fim de uma civilização e a luta pela sobrevivência.
A situação poderia ser apresentada das formas mais diversas, como nas adaptações de “O Planeta dos Macacos” e “Logan’s Run”, ou “Ark II”, “Starlost – A Estrela Perdida” e “Galactica”, que traziam pessoas vivendo em um mundo pós apocalíptico. Outras séries, como “O Elo Perdido” ou “Viagem Fantástica”, acompanhavam grupos de personagens que são retirados do convívio de uma sociedade e inseridos em um ambiente desconhecido e inexplorado, forçando-os a se unir para sobreviverem.
Quando “Viagem Fantástica/Fantastic Journey” foi concebida, a sociedade americana vivia fascinada por dois grandes mistérios: os UFOs e o Triângulo das Bermudas. A série optou por explorar o segundo tema, muito embora o primeiro também tenha se feito presente.
Criada por uma equipe de roteiristas liderada por Merwin Gerard e D.C. Fontana em parceria com o produtor Bruce Lansbury, a série teve seu projeto apresentado à rede NBC em 1976, com o título de “The Incredible Island”. Seguindo a mesma ideia de Rod Serling com “Além da Imaginação”, os responsáveis pelo projeto o apresentaram como um drama onde coisas fantásticas acontecem.
Apesar de não ter um roteiro pronto, o canal encomendou a produção de um episódio piloto. O resultado agradou a NBC, embora não inteiramente, visto que personagens foram eliminados. Com um orçamento estimado em 300 mil dólares por história, a série foi encomendada em novembro, com a obrigação de ter episódios prontos para estrear em fevereiro de 1977.
A limitação de prazo condenou a série. Os dez episódios produzidos para a primeira e única temporada foram escritos às pressas, sem dar tempo aos roteiristas para desenvolver melhor os personagens e as situações nas quais se envolviam.
Na história, um grupo de cientistas, liderado pelo Professor Jordan (Scott Thomas), realiza uma expedição ao Triângulo das Bermudas. Ele está acompanhado de seu filho, Scott (Ike Eisemann), de Jill (Karen Somerville), de Eve (Susan Howard) e do médico Fred Walters (Carl Franklin). No barco também estão o capitão Ben Wallace (Leif Erickson) e sua tripulação.
Durante a viagem, eles são engolidos por uma estranha nuvem verde, que provoca um estado de inconsciência. Ao acordarem, eles se vêem presos em uma ilha. Acampado na praia, o grupo espera por um resgate enquanto tenta entender o que aconteceu. Mas, sentindo que não estão seguros, os viajantes deixam a praia para refugiarem-se nas cavernas. No caminho, encontram um avião da 2ª Guerra Mundial, um nativo que carrega consigo um estranho cristal capaz de curar instantaneamente os feridos e piratas do Século XVI.
Logo o grupo percebe que a ilha permite o acesso a diferentes dimensões, levando os viajantes a conhecer a cada semana uma variedade de personagens e sociedades, que representam o passado, o presente e o futuro.
Entre os personagens que foram eliminados quando a série foi produzida estão: o pai de Scott, Jill, Eve e o capitão. Assim, nos episódios seguintes, Scott explora a ilha na companhia de Fred (Carl Franklin) e Varian (Jared Martin), o nativo que revela ser um homem do Século XXIII. O objetivo do grupo é encontrar um lugar mitológico conhecido como Evoland, o qual possibilitaria aos viajantes serem transportados de volta ao seu próprio tempo e dimensão.
Atravessando diversos portais dimensionais, o grupo encontra Liana (Katie Saylor), uma telepata filha de uma extraterrestre e de um homem de Atlântida. Desejando retornar ao planeta de sua mãe, Liana se une ao grupo trazendo consigo Sil-L, um gato com o qual ela consegue se conectar telepaticamente.
No terceiro episódio, os viajantes encontram o último personagem que irá compor o elenco da série: Dr Jonathan Willoway, interpretado por Roddy McDowall. Ele é um famoso cientista da década de 1960, que desaparecera sem deixar vestígios. Na ilha, Willoway criou sua própria civilização andróide, mas carece da companhia de seres humanos.
Ao longo da série, Katie Saylor precisou se afastar para tratar da saúde. Dizem que ela foi diagnosticada com câncer. Assim, Liana não aparece nos dois últimos episódios. Na trama, a personagem decide ficar em uma das dimensões visitadas para ajudar as pessoas a reconstruírem sua sociedade. Cancelada por baixa audiência, a série saiu do ar sem produzir o último roteiro disponível, o qual levava o grupo ao encontro de zumbis.
A série é uma das produções consideradas como à frente de seu tempo, mas desperdiçada por roteiros fracos. Ao longo dos anos, apesar de sua tecnologia precária e visual quase trash, a série conquistou o status de produção cult graças à sua proposta.
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O episódio piloto recebeu o título de “Vortex” e conta com a participação especial de Ian McShane (Deadwood). O episódio na íntegra está disponível aqui. Abaixo, preview do episódio que introduz o personagem de Roddy McDowall:
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