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Por Fernanda Furquim
Este é um espaço dedicado às séries e minisséries produzidas para a televisão. Traz informações, comentários e curiosidades sobre produções de todas as épocas.
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Review – ‘Penny Dreadful’ – 1ª Temporada

A série Penny Dreadful é uma coprodução americana (Showtime) e britânica (Sky Atlantic) que foi exibida no Brasil em junho pela HBO. Criada por John Logan e Sam Mendes (The Hollow Crown), a série já foi renovada para sua segunda temporada. Trata-se de um drama que explora os gêneros fantasia e terror gótico. Seu título foi extraído de […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 03h30 - Publicado em 13 jul 2014, 17h00

PENNY DREADFUL

A série Penny Dreadful é uma coprodução americana (Showtime) e britânica (Sky Atlantic) que foi exibida no Brasil em junho pela HBO. Criada por John Logan e Sam Mendes (The Hollow Crown), a série já foi renovada para sua segunda temporada.

Trata-se de um drama que explora os gêneros fantasia e terror gótico. Seu título foi extraído de um tipo de publicação britânica barata do Século XIX que trazia histórias populares de terror, como uma alternativa para os grandes clássicos e escritores. Com tramas simples, regadas a sangue e cenas grotescas, a publicação oferecia histórias sensacionalistas para quem gostava do gênero. Foi nas páginas deste tipo de publicação que surgiu o personagem Sweeney Todd, hoje considerado um clássico da literatura do terror.

Na tradução literal, o título significa ‘um centavo por uma história de terror’. Este tipo de publicação surgiu na época em que o Reino Unido vivia a era da industrialização (situação mencionada na série). As mudanças sociais deste período contribuíram para que a literatura e o teatro se tornassem opções ainda mais populares de entretenimento.

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A série faz jus ao nome e à publicação, apresentando uma trama central mal desenvolvida, repleta de sangue e cenas grotescas, utilizando livremente clássicos da literatura. Os personagens mundialmente conhecidos são justamente aqueles que dão certa credibilidade e sustento às histórias desenvolvidas pela série, a qual oferece uma narrativa mais lenta que a maioria das produções de aventura e terror aos quais o público de hoje está acostumado a acompanhar. Desta forma, os personagens têm tempo de trabalhar suas emoções e passá-las para o público, tornando-se o ponto positivo de Penny Dreadful.

O texto abaixo contém spoilers.

Situada nos anos de 1800, a série não se apóia em uma única trama. Cada personagem tem sua história, que é desenvolvida à parte. Em determinados momentos, elas se cruzam e influenciam umas às outras. No entanto, continuam independentes, ao menos nesta primeira temporada. O passado de cada personagem é revelado aos poucos, sem pressa ou muita explicação, ao longo da temporada até o último episódio. Outro ponto positivo da série.

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A principal delas, e a mais fraca, é a de Sir Malcolm  Murray (Timothy Dalton, ex-James Bond) e Vanessa Ives (Eva Green, de Camelot).  Ele é um explorador que passou mais tempo na África que ao lado de sua família na Inglaterra. Quando a série tem início, Sir Malcolm está tentando localizar sua filha Mina (Olivia Llewellyn), sequestrada por uma entidade do mal que, pelas características apresentadas, assemelha-se a um vampiro. Mina é personagem extraída da obra de Bram Stoker, Drácula. Mas, ao contrário de sua importância no livro, ela é na série apenas um ‘MacGuffin’, ou seja, uma desculpa para que a história de Sir Malcolm e Vanessa seja contada.

Após o sequestro de Mina e a morte de seu filho, Sir Malcolm acolhe Vanessa, a melhor amiga de sua filha. As duas cresceram juntas, tornando-se quase irmãs. No entanto, quando Mina fica noiva de Jonathan Harker do Capitão Branson (Joseph Millson, de The Sarah Jane Adventures), Vanessa começa a sentir inveja do futuro da amiga. Mais tarde, ela a trai, mantendo relações com Jonathan Branson, a qual é testemunhada por Mina.

O noivado é desfeito, Mina é mandada para longe e Vanessa, a partir do sentimento de culpa, desenvolve um trauma que a leva a ser internada em um hospício. Apresentando uma espécie de poder mediúnico e de clarividência, Vanessa é  capaz de incorporar os mortos e outras criaturas, como a Deusa egípcia Amunet. Em função disso, ela é considerada louca. Após um tratamento desumano no hospício, ela volta para casa, onde seu encontro com uma criatura do mal leva sua mãe Claire (Anna Chancellor, de The Hour) à morte.

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Quando Sir Malcolm percebe o valor que Vanessa tem em sua busca pela filha, ele lhe pede sua ajuda, embora não seja totalmente honesto quanto às suas intenções para com ela. Quando a série tem início, a dupla recruta mais uma pessoa para ajudá-la na caçada. Trata-se de Ethan Chandler (Josh Hartnett), um americano que viaja pela Europa apresentando-se como o ‘gatilho mais rápido do Oeste’. Suas habilidades com a arma o tornam uma pessoa importante para o grupo. Com um passado misterioso, que inclui uma relação mal resolvida com o pai, Ethan conhece e se apaixona por Brona Croft (Billie Piper, de Doctor Who), uma prostituta irlandesa que sofre de tuberculose. Ela se tornará uma personagem muito mais interessante de acompanhar quando a série entrar para sua segunda temporada.

Outro que se une ao grupo é o Dr. Victor Frankenstein (Harry Treadaway), personagem extraído da obra de Mary Shelley. Aqui ele é retratado como um jovem arrogante cujo único interesse é seu trabalho e suas pesquisas. Ele mantém em segredo o fato de que foi capaz de dar vida a um corpo morto. Sua criatura se chama Caliban, que se comporta e se expressa como um personagem de William Shakespeare. Não é à toa que ele é interpretado pelo ator shakespeariano Rory Kinnear (The Hollow CrownCount Arthur Strong). Desprezado por aquele que lhe deu a vida, Caliban encontra refúgio no teatro, onde é acolhido por Vincent (Alun Armstrong, outro ator shakespeariano). Sentindo-se solitário, Caliban exige de Frankenstein uma noiva. Para tanto, ameaça-lhe a vida e a de seus amigos.

Nesse meio tempo, Vanessa, Brona e Ethan entram em contato com um belo jovem que circula pela altas rodas de Londres. Seu nome é Dorian Grey  (Reeve Carney). Sua história não é revelada ao público nesta temporada, embora não haja tanta necessidade, já que ela é conhecida através da literatura. O personagem foi extraído do livro O Retrato de Dorian Grey, de Oscar Wilde. Solitário e aberto a experiências que o tirem da monotonia, Dorian é obcecado por retratos e pinturas de pessoas. A natureza morta ou as paisagens não despertam nele qualquer interesse. Dorian tem à sua disposição um fotógrafo, que captura a imagem daqueles que ele conhece e aceitam posar para uma foto. Além disso, as paredes de sua casa estão repletas de pinturas de pessoas, a maioria desconhecida. Mas ele mantém o quadro mais importante coberto por um pano.

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Sembene (Danny Sapani, de The Fear), criado africano de Sir Malcolm, é outro personagem que também não teve sua história revelada nesta temporada. Embora demonstre sua lealdade para com seu mestre, Sembene é capaz de formar opiniões próprias sobre as pessoas que o cercam e as situações nas quais se envolve. Ao longo da história ainda somos apresentados ao Professor Van Helsing (David Warner), personagem extraído do livro Drácula, que faz uma breve participação na série. Aqui ele é um amigo do Dr. Frankenstein, a quem ele revela sua luta contra os vampiros.

Uma outra história que é introduzida na primeira temporada, mas que somente será trabalhada quando a série retornar com novos episódios, é o massacre que vem ocorrendo em Londres. Alguém anda matando de forma cruel e animalesca os moradores de Londres. A polícia não tem pistas que possam levar ao responsável, o que levanta a suspeita de que Jack, o Estripador, tenha retornado ou que algum outro criminoso muito mais desumano esteja solto nas ruas.

Neste primeiro momento, os personagens mais interessantes da série são o Dr. Frankenstein e sua criatura. Embora a história deles seja conhecida pela literatura, eles têm aqui um desenvolvimento independente daquele apresentado no livro. Ainda assim, muitas referências permanecem. Quem também se torna interessante ao final da temporada é Ethan, quando seu segredo é revelado ao público. Vamos ver o que os roteiristas farão com ele na segunda temporada.

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A trama principal, que apresenta Vanessa e Sir Malcolm, é a mais fraca, com situações forçadas e soluções mal desenvolvidas. A caçada dos dois pelo vampiro que sequestrou Mina é cansativa, com sua importância e potencial diluídos pela história de Vanessa. Esta, por sua vez, é a mais sem graça da série. Não a personagem ou sua trajetória, que têm um potencial enorme, mas sua situação (ser possuída por um demônio que deseja destruir a humanidade). Seu melhor momento ocorre no episódio sete.

Mas, no balanço da temporada, a série conseguiu manter sua proposta e, o que é mais importante, desenvolver os personagens, que conseguem manter seu valor e sua independência, não se anulando diante das situações às quais são envolvidos e oferecendo ótimos diálogos.

Ainda não há previsão de quando a Paramount lançará a série em DVD no Brasil, mas o box já está em pré-venda nos EUA e na Inglaterra, embora a data de lançamento por lá também não tenha sido divulgada.

Estrelas3 11-06-45

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