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‘Yellowjackets 2’ traz mulheres capazes até de canibalismo para sobreviver

Em ritmo aflitivo, a série cuja segunda temporada acaba de estrear no Paramount+ mostra que o predador, aqui, não é o bicho

Por Gabriela Caputo Atualizado em 4 jun 2024, 11h05 - Publicado em 2 abr 2023, 08h00
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  • Rumo a um campeonato, o avião que carrega um time de futebol feminino cai nas gélidas montanhas canadenses. A expectativa pelo troféu dá lugar a dezenove meses de frio, fome e loucura — a qual vai ganhando um tempero de misticismo macabro à medida que a situação hostil se aprofunda. Logo em sua cena de abertura, Yellowjackets dá ideia do que isso significa: uma garota ferida corre pela neve, como se estivesse fugindo de um animal selvagem. Em ritmo aflitivo, a série cuja segunda temporada acaba de estrear no Paramount+ mostra que o predador, aqui, não é o bicho. Sim, isso mesmo: após ser apanhada e morta, a personagem vira banquete das colegas sobreviventes.

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    A situação é pano de fundo para Yellowjackets (nome do time das meninas) explorar o efeito da experiência extrema sobre as personagens. A série intercala duas linhas do tempo: a do acidente, em 1996, e a da realidade das personagens adultas, 25 anos depois. Ligadas pelos segredos e pela culpa, elas vivem mergulhadas em traumas que ameaçam suas famílias, carreiras e sanidade. Detalhe bacana é a aposta nostálgica em atrizes dos anos 1990 para interpretar versões maduras das personagens: além de Christina Ricci, a estimada Wandinha do longa A Família Addams, que fez sucesso naquela década, estão no elenco Melanie Lynskey e Juliette Lewis.

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    A perspectiva feminina é a sacada que garante o frescor de Yellowjackets em meio às tramas que exploram a luta pela sobrevivência. A principal referência é o clássico O Senhor das Moscas, romance de 1954 do britânico William Golding sobre um grupo de garotos perdidos que tentam se autogovernar, mas acabam cedendo à selvageria. A obra ganhou uma marcante adaptação na década de 90 e, há poucos anos, quase teve uma releitura protagonizada por mulheres. Quase porque, à época, o projeto foi ridicularizado por imaginar o impensável: que mocinhas pudessem se revelar tão hediondas quanto os homens quando submetidas à pressão.

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    Ironicamente, foi o desejo de provar o contrário que instigou o casal de roteiristas Ashley Lyle e Bart Nickerson a criar a série. Ashley se lembrou da natureza cruel das relações femininas na mocidade — e quis quebrar o estereótipo da gentileza. A desumanização vai mais longe com o canibalismo. “É o maior dos tabus”, disse a VEJA Christina Ricci, que vive a esquisita Misty Quigley. “Talvez seja mais horripilante ver mulheres fazendo isso porque deveríamos ser as protetoras da vida, e não destruí-la.” Planejada para cinco temporadas, Yellowjackets é cada vez mais tormentosa. Fantasmas femininos não faltam.

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    Publicado em VEJA de 5 de abril de 2023, edição nº 2835

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