‘Vai na Fé’ precisa de um milagre para ressuscitar audiência da Globo
Novela das 7 tem trama cativante, mas terá que correr para reconquistar o público perdido da faixa

Promissora, a nova novela das 7 da Globo, Vai na Fé, começou com uma história mais cativante do que sua antecessora, Cara e Coragem. Protagonizada por Sheron Menezzes na pele de Sol, uma mulher batalhadora, evangélica e dançarina, a trama de Rosane Svartman, entretanto, passou longe de emplacar na audiência logo de cara. De acordo com dados da Kantar Ibope Media, o folhetim conquistou 20 pontos de média na Grande São Paulo em sua primeira semana, de 16 a 21 de janeiro. O resultado amarga um recorde negativo: é a pior semana de estreia da faixa desde 1970, quando Pigmalião 70 anotou 18 pontos no horário.
Em comparação com resultados mais recentes, Cara e Coragem havia registrado 23 pontos em seus primeiros seis dias no ar, de 30 de maio a 4 de junho do ano passado, mas são os índices baixos de audiência da antecessora, é claro, que contribuem para este começo fraco de Vai na Fé, já que a trama protagonizada por Taís Araujo, Paolla Oliveira e Marcelo Serrado terminou com a pior média da história de uma novela das 7, também na casa dos 20 pontos.
Vai na Fé entra em sua segunda semana precisando de um milagre para ressuscitar a audiência da faixa das 7, mas conta com alguns trunfos para a missão. Além de um elenco carismático com Bella Campos, Jean Paulo Campos, Carolina Dieckman e Regiane Alves, a história também parece instigar por ter apelo com o público brasileiro mais humilde, que frequenta igrejas e luta para pagar as contas. A proximidade com a brasilidade também se faz presente com a música sendo também um personagem da história. Sol, além de ser cantora no coral da igreja, dançava funk na adolescência e agora é dançarina de um astro musical garanhão, Lui Lorenzo (José Loreto), que passa a energia de um Sidney Magal jovem.
O humor inexistente de Cara e Coragem também dá as caras na nova novela, um afago aos telespectadores que chegam do trabalho e querem uma distração leve ao ligar a TV. Vai na Fé também não se furta de tratar de temas espinhosos e necessários, como o racismo intrínseco na sociedade ao mostra a prisão injusta de Yuri (Jean Paulo Campos) por reconhecimento de um crime o qual não cometera, e o faz de forma didática, mas sem ficar maçante. Por enquanto, o potencial é gigantesco. A ver como a trama se desenrolará e como o público reagirá.