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Os bastidores do assalto à la ‘Casa de Papel’ que chocou o Brasil

Documentário da Netflix reconstrói o roubo de mais de 160 milhões de reais do Banco Central de Fortaleza, que teve planejamento cinematográfico

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 mar 2022, 13h37

Em agosto de 2005, a sede do Banco Central em Fortaleza, no Ceará, foi palco de um assalto que marcou a história dos grandes crimes no país. Na ocasião, mais de 160 milhões de reais foram levados pelos bandidos — quantia que foi medida por seu peso: cerca de 3,5 toneladas em dinheiro vivo. Com toques surreais que remetem à série espanhola La Casa de Papel, o assalto foi realizado de forma engenhosa: os criminosos chegaram ao cofre da instituição por meio de um túnel com 75 metros de comprimento. A história é relatada na série documental 3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central, lançada nessa quarta-feira, 16, pela Netflix.

Para colocar a produção de pé, a Netflix não apenas recolheu depoimentos inéditos de investigadores e criminosos, como também colocou a mão na massa (e no bolso): a produção reproduziu o túnel engenhoso em uma passagem subterrânea de um galpão em Embu das Artes, São Paulo, baseando-se em fotos da perícia cedidas pela Polícia Federal. A reprodução da estrutura durou cerca de 15 dias, com uma equipe de sete pessoas trabalhando. Também foi reproduzida a sala usada pelos bandidos e as notas de 50 reais no modelo antigo. No total, a encenação do assalto usou 106 figurantes. 

O que mais chama a atenção na obra, porém, é o tamanho da estrutura disposta pelos bandidos na ocasião, que fizeram da ação um roteiro cinematográfico por si só. Para dar o pontapé inicial no plano, a quadrilha abriu uma empresa de grama sintética de fachada próxima ao banco, e trabalhava em turnos de até sete pessoas na escavação, usando pás de jardineiro. Para não levantar suspeitas, eles mantinham um bom relacionamento com os vizinhos, e chegaram a distribuir bonés estampados com o nome da empresa laranja em uma boate. Enquanto isso, equipavam o túnel de 75 metros com sistema de ventilação, iluminação e linha para interfone, já que telefone deixaria rastros.

No total, 34 pessoas participaram do assalto, que durou cerca de 11 horas. Do dinheiro subtraído do banco, 6 milhões de reais foram escondidos em carros zero em um caminhão cegonha, e o restante distribuído entre os assaltantes, que partiram para as mais diversas regiões do país com documentos falsos. Um deles, inclusive, Fernando Carvalho, adotou o codinome Fernando Vinícius de Moraes — nome do famoso poeta modernista. Depois do furto, o envolvimento aumentou: estima-se que mais de 160 pessoas tenham trabalhado na lavagem de dinheiro do roubo nos anos seguintes. Ao todo, 129 pessoas foram indiciadas, e as condenações em primeira instância somadas chegam a 2.452 anos de prisão.

Assista ao trailer:

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