J.K. Rowling dribla polêmicas e deve lucrar ainda mais com ‘Harry Potter’
Saga do bruxo está próxima de ganhar uma série feita na HBO Max, que quer a autora, acusada de transfobia, envolvida na produção
Harry Potter está próximo de virar série na HBO Max, que está em negociações avançadas com a autora da saga, J.K. Rowling. Apesar da escritora ser acusada com frequência de transfobia devido a posts publicados contra a comunidade trans nas redes sociais, o serviço de streaming da HBO quer a criadora envolvida na produção. De acordo com o Deadline, a Warner Bros., detentora da marca HBO, está cuidando dos trâmites e produziria o projeto que ainda está em fase inicial, buscando roteiristas. A ideia é que cada temporada seja centralizada em um livro de Harry Potter, que consiste em sete romances.
A possibilidade de se fazer uma série sobre o bruxo foi criada há alguns anos, quando a Warner Bros. nomeou Tom Ascheim como o gerente das franquias Wizarding World e Harry Potter, que incluem parques temáticos, passeios e a biblioteca teatral — conjunto avaliado 9,1 bilhões de dólares (aproximadamente 46 bilhões de reais), que também abrange os títulos de Harry Potter e Animais Fantásticos. Sob esse mandato, Ascheim se tornou o representante sênior da WarnerMedia em seu relacionamento com Rowling e seus representantes, e conversas exploratórias para uma série para a HBO Max começaram.
Após a fusão da Warner Bros. com o Discovery, há cerca de um ano, Ascheim saiu da empresa. No entanto, a importância de explorar o universo Harry Potter só cresceu. O atual CEO da Warner Bros. Discovery, David Zaslav, enfatizou várias vezes seu foco em franquias, definindo a saga como prioridade, além de ter se encontrado várias vezes com Rowling. O executivo também prestou apoio à autora, que está envolvida em uma controvérsia contínua sobre seus comentários sobre questões relacionadas a transgêneros.
Recentemente, O videogame de sucesso Hogwarts Legacy, inspirado na obra de Rowling, se tornou o maior lançamento de jogo digital da história da companhia, mas seus desenvolvedores fizeram questão de declarar que a autora não estava envolvida no projeto — entretanto, ela ganha royalties de qualquer forma.
No passado, J.K. Rowling criticou uma matéria que tinha no seu título a expressão “pessoas que menstruam”, que engloba homens trans (mulheres que fizeram a transição para o gênero oposto). A escritora defendeu que não se pode negar o sexo biológico, com um discurso que irritou a classe LGBTQIA+. “Se gênero não é real, não existe atração entre pessoas do mesmo sexo. Se gênero não é real, a realidade vivida por mulheres ao redor do mundo é apagada. Conheço e amo pessoas trans, mas apagar o conceito de gênero remove a habilidade de muitos discutirem suas vidas de forma significativa. Não é ódio dizer a verdade”, escreveu ela no Twitter. Desde então, a autora é acusada de ser transfóbica por também partilhar de ideias do feminismo radical, que exclui mulheres trans, o que a levou a ser “cancelada” na internet.