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Família dos irmãos Menendez detona série da Netflix: ‘Grotesco’

'Monsters - Irmãos Menendez' narra crime real de jovens ricos que assassinaram os próprios pais em Beverly Hills

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 set 2024, 18h44 - Publicado em 26 set 2024, 18h42

Parentes de Lyle e Erik Menendez publicaram uma carta aberta cheia de críticas à série Monstros – Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, que narra dramaticamente o crime dos jovens que mataram os próprios pais, José e Kitty, com tiros de espingarda à queima-roupa na mansão da família em Beverly Hills em 1989. No comunicado publicado nas redes sociais, 24 membros da família Menendez assinaram a declaração em que lamentam não terem sido consultados pela equipe de Ryan Murphy, showrunner da produção, e pelo cocriador Ian Brennan, além de chamarem a obra de “pesadelo fóbico, grosseiro, anacrônico e em série, que não só é repleto de inverdades e falsidades descaradas, mas também ignora as revelações exculpatórias mais recentes”.

A declaração foi compartilhada por Tammi Menendez, esposa de Erik na vida real, que também havia postado uma crítica dele à série na semana passada, quando o preso acusou a série de fazer um “retrato desonesto”. Murphy rebateu a crítica, dizendo que achava interessante o posicionamento sendo que ele ainda não tinha visto a produção.

Na carta encabeçada por Joan VanderMolen, tia de Lyle e Erik, a família diz que apoia os dois e que torcem para que a dupla seja liberta — eles ainda cumprem a pena de prisão perpétua sem direito a condicional. “Hoje queremos que o mundo saiba que apoiamos Erik e Lyle. Oramos individual e coletivamente por sua libertação após ficarem presos por 35 anos. Nós os conhecemos, os amamos e os queremos em casa conosco. Murphy alega que passou anos pesquisando o caso, mas no final confiou no desmascarado Dominick Dunne [jornalista interpretado na série por Nathan Lane], o hacker pró-acusação, para justificar sua calúnia contra nós e nunca falou conosco”, diz um trecho.

“O assassinato de caráter de Erik e Lyle, que são nossos sobrinhos e primos, sob o disfarce de uma ‘narrativa de contar histórias’ é repulsivo. Conhecemos esses homens. Crescemos com eles desde que eram meninos. Nós os amamos e até hoje somos próximos deles. Também sabemos o que aconteceu em sua casa e as vidas inimaginavelmente turbulentas que eles suportaram. Vários de nós fomos testemunhas oculares de muitas atrocidades que nunca deveríamos ter que testemunhar. É triste que Ryan Murphy, a Netflix e todos os outros envolvidos nesta série não tenham uma compreensão do impacto de anos de abuso físico, emocional e sexual.”, conclui a declaração.

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Em 7 de outubro, a Netflix lançará o documentário Os Irmãos Menendez, com depoimentos inéditos de Lyle e Erik, feitos diretamente da prisão.

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Erik e Lyle Menendez na frente da mansão da família em Beverly Hills (Reprodução/Getty Images)

O que aconteceu com os irmãos Menendez

Em 20 de agosto de 1989, José e Mary Louise Kitty Menendez foram mortos a tiros em sua mansão em Beverly Hills. Quase sete anos, três julgamentos e milhares de horas de cobertura da imprensa depois, seus filhos, Lyle e Erik Menendez, foram considerados culpados de seus assassinatos e sentenciados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. A história macabra ganhou uma série na Netflix estrelada por Javier Bardem e Chloë Sevigny como as vítimas em Monstros – Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, que estreou nesta quinta-feira, 19.

O crime com requintes de crueldade se tornou um dos casos mais famosos dos Estados Unidos no final do século XX, graças à uma mistura potente de drama familiar, conexões com Hollywood, testemunho dramático e a capacidade da TV a cabo de cobrir histórias assim por muitas horas. Conforme os procedimentos judiciais se desenrolavam, não havia dúvidas de que Lyle e Erik tinham matado seus pais. Por que eles fizeram isso era outra história.

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Erik Menendez e Lyle Menendez — interpretados na série por Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez, respectivamente — cresceram em bairros de classe alta, mas começaram a roubar por diversão na adolescência. Quando tinham 18 e 21 anos, eles mataram o pai, um executivo de Hollywood, à queima-roupa com seis tiros da espingarda e a mãe, com dez. Os dois ligaram para a polícia dizendo que encontraram os pais mortos e deram como álibi uma ida ao cinema. Entretanto, a mansão não tinha sinais de arrombamento. Pouco tempo após o assassinato, Erik e Lyle começaram a gastar a herança com carros de luxo, roupas de grife e equipamentos de marcas caras. Em seis meses, tinham gasto mais de 1 milhão de dólares, levantando suspeitas. A polícia decidiu investigar os irmãos e descobriu que Erik tinha comprado uma espingarda poucos dias antes do crime. Ele também foi denunciado pela namorada de seu psicólogo, após o terapeuta ter sido ameaçado pelos irmãos, e registros das consultas em que os assassinatos dos pais eram tratados foram aceitas como provas.

Em 1993, Erik e Lyle confessaram o crime. No julgamento, a promotoria que assumiu o caso alegou que o crime foi motivado por ganância, já que ambos queriam a herança a que tinham direito. Já a defesa argumentou que o motivo real era uma vingança por terem sido supostamente abusados sexualmente por José, com conivência de Kitty. Durante o julgamento, não foi possível provar qualquer abuso sexual, deixando o júri em um impasse. A dupla só foi condenada sete anos após o crime, em 1996, em um terceiro julgamento. Atualmente, eles cumprem a pena de prisão perpétua.

A história real da família Menendez

José nasceu em Cuba, mas se mudou para os Estados Unidos ainda adolescente, logo após a Revolução Cubana dos anos 1950, morando no sótão de um primo até ganhar uma bolsa de estudos de natação na Southern Illinois University. Ele conheceu Mary Louise Anderson na faculdade, onde a jovem era chamada por seu apelido, Kitty, e era considerada uma das moças mais bonitas do local por ter vencido concursos de beleza da região. Os dois se casaram e se mudaram para Nova York, onde José se formou em contabilidade pela Queens College, depois conseguiu se tornar um executivo de entretenimento bem-sucedido. O casal teve os dois filhos, Lyle, depois de três anos Erik, e se mudou para Nova Jersey e depois Los Angeles, onde José Menendez se tornou um empresário do ramo musical.

Na noite do crime, os irmãos chegaram em casa e atiraram em José e Kitty, que ficaram quase irreconhecíveis pela quantidade de tiros em suas cabeças. Dada a brutalidade do assassinato, a polícia cogitou ter sido uma morte com envolvimento de máfia. Os jovens, então com 18 e 21 anos, contaram para a polícia que estavam no cinema no momento do crime.

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Nos meses seguintes, porém, os dois começaram a gastar a enorme fortuna da família, avaliada em 14 milhões de dólares, com relógios, roupas e carros de luxo — despertando as suspeitas da polícia. Os irmãos acabaram confessando o crime em sessões de terapia, e as gravações foram aceitas no julgamento. Lyle foi preso em 8 de março de 1990. Erik, que estava em Israel na época para um torneio de tênis, voou para Miami e depois para Los Angeles, onde se entregou à polícia em 11 de março daquele ano. O julgamento durou mais de sete anos, e eles foram condenados à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional. Atualmente, Lyle tem 56 anos, e Erik, 53, e os irmãos cumprem a pena na Instituição Correcional Richard J. Donovan em San Diego, Califórnia.

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