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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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‘Cara e Coragem’ é vexame melancólico da Globo – eis os erros da novela

Trama criada por Claudia Souto sai de cena como uma das piores da história da faixa das 7 em termos de ibope e resultado criativo

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 jan 2023, 10h19
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  • Com a premissa de apresentar ao público uma história capaz de combinar ação, romance e mistério, Cara e Coragem chegará ao fim na próxima sexta-feira, 13, de forma melancólica: com ibope baixo, repercussão pífia nas redes sociais — e o pior: uma trama absolutamente esquecível. Criada por Claudia Souto, autora de Pega Pega (2017), a atual novela das 7 da Globo cometeu diversos erros básicos, incluindo a falta de química do casal protagonista e a ausência de um fiapo de enredo convincente. Iniciada com o assassinato de Clarice (Taís Araujo), que recorrera aos dublês de filme de ação Pat (Paolla Oliveira) e Moa (Marcelo Serrado) para encontrar um objeto importante para ela no meio de uma floresta, o folhetim girou em círculos por seis meses e deixa um legado nada edificante.

    Assim como Luíza (Camila Queiroz) e Eric (Mateus Solano) não conquistaram o público em Pega Pega, Pat e Moa também falharam em virar um casal com carisma suficiente para angariar a torcida dos telespectadores em Cara e Coragem. Para além deles, não houve par romântico que salvasse o folhetim da falta de emoção. Ressalva aos personagens de Kiko Mascarenhas e Jennifer Nascimento, que pelo menos demonstraram sinergia em cena com sua dupla de golpistas.

    Mesmo com o esforço visível de estrelas do elenco — principalmente de Taís Araujo, que se desdobrou em duas personagens, Anita e Clarice, e Icaro Silva, como o vilão conflituoso Léo –, a história não disse a que veio. Foram meses de diálogos misteriosos que não levavam a lugar nenhum. Uma linguagem que funciona em séries criminais, mas que não colou até agora em novelas. Se o objetivo era fazer provocar suspense e reviravoltas, em momento algum se viu um plot-twist instigante. A maior consequência disso é que o folhetim quase não repercutiu nas redes sociais. E não foi por falta de vontade da Globo, que fez das tripas coração para promover a novela continuamente ao longo da programação.

    A novela também deixou a desejar em outro fator essencial: o alívio cômico que a faixa das 7 tradicionalmente oferece ao público. Além de insossa, Cara e Coragem revelou-se deveras sem graça. A soma de tantos problemas previsivelmente resultou em uma audiência magérrima, na casa dos 21 pontos de ibope na Grande São Paulo — uma das piores da história da emissora nessa faixa de horário. Essa trama tão esquecível passará o bastão para Vai na Fé, que estreia na próxima segunda-feira, 16, com a missão de aproximar as novelas da Globo do público evangélico e recuperar o tempo e a audiência perdidos. Será preciso muita oração para salvar o velho e bom folhetim das 7.

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