Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
Continua após publicidade

‘BBB’: números provam que Brasil é país mais viciado no programa

Em duas décadas de exibição, mesmo a pior edição do programa marcou índices de audiência imbatíveis nos 70 países onde reality é exibido

Por Amanda Capuano Atualizado em 1 fev 2022, 12h29 - Publicado em 1 fev 2022, 11h50

Quando a primeira edição do Big Brother Brasil chegou às telas da Globo, em janeiro de 2002, o mundo era um lugar bem diferente do que é hoje. Três apresentadores, 22 edições e 20 anos depois, o reality não sai da boca do povo e é, de longe, o mais longevo a ser transmitido no país. É culpa do brasileiro, que adora ver bobagens e comportamentos trash na TV? Não é bem assim. Desde que foi lançada na Holanda, em 1999, a franquia com nome inspirado no clássico distópico 1984, de George Orwell, foi reproduzida em mais de 70 países, da Alemanha à África do Sul, ultrapassando as 500 edições no mundo. Como se vê, o ser humano de qualquer latitude e cultura tem um fraco por acompanhar a vida alheia. Mas há de se reconhecer: são raros os lugares que levam a atração tão a sério quanto o Brasil. 

No quesito audiência, saímos na frente com folga. Em 2021, cerca de 40 milhões de pessoas assistiram à atração diariamente, o equivalente a quase um quinto da população brasileira – o número foi o melhor desde 2012. Mas a média de 27,3 pontos da edição passada passou longe do recorde do BBB 5, até hoje o mais visto da história, com 47 pontos no ibope. Mesmo o fracassado BBB 19, que amargou a pior audiência das duas décadas de exibição, com 20,4 pontos, ainda é um sucesso para os padrões internacionais. A título de comparação, os Estados Unidos são o único país que fica à frente do Brasil em número de edições tradicionais – foram 23 contra as 22 nacionais. Mas tem como recorde de audiência a primeira edição do programa, de 2000, que atingiu “meros” 9 milhões de telespectadores. A versão alemã, famosa por edições que já duraram um ano inteiro (o horror, o horror) e por sempre repercutir mundo afora, fechou 2020 com 890 000 telespectadores diários.

Parte da audiência estrondosa do BBB se deve ao “fator Globo”, a mania enraizada na cultura nacional de deixar a televisão ligada na emissora da família Marinho, independentemente da programação. É verdade que, em dezembro de 2021, a emissora registrou sua pior média diária de ibope da história, com 10,11 pontos – mas o número ainda é maior que a soma dos outros nove canais do Top 10 do ranking nacional. Colabora ainda o fato de Big Brother ser transmitido logo após a novela das 9, herdando os telespectadores do folhetim, historicamente o carro-chefe da TV brasileira. 

Outro fator que parece colaborar para o sucesso do BBB é o alto pendor voluntarista do público brasileiro, que adora interagir coletivamente na TV. Na edição de 2020, o paredão entre Felipe Prior – que acabou eliminado -, Manu Gavassi e Mari Gonzalez recebeu mais de 1,5 bilhão de votos, e entrou para o livro dos recordes como a maior votação de um programa televisivo em todo o mundo, superando a marca de 416 milhões conquistada na mesma edição – antes do BBB nacional, a maior votação pertencia à final da 11ª temporada do American Idol, que teve pouco mais de 132 milhões de votos dos americanos.

Isso se reflete também na internet: ao longo da edição passada, foram registradas mais de 1 bilhão de interações relacionadas ao programa nas redes sociais. No Twitter, é como se houvesse uma edição paralela: com o pay per view liberado para qualquer assinante do Globoplay, sem a necessidade de um pacote específico para o BBB, milhares de usuários se revezam para acompanhar a casa 24 horas por dia, compartilhando nas redes vídeos e threads informativos sobre o que acontece no programa. “Quando o Big Brother Brasil vai ao ar, todo mundo assiste à mesma coisa, e pode comentar sobre isso, algo como o que acontece em uma Copa do Mundo ou nas Olimpíadas”, comparou ao jornal Global Times Laurens Drillich, presidente na America Latina da Endemol, produtora holandesa que criou o formato. A Copa e o BBB, inclusive, são os dois líderes da publicidade da Globo este ano, e devem render aos cofres da emissora cifras bilionárias. Até quem torce o nariz precisa reconhecer que é um fenômeno – e que não se verá livre daquele festival de hedonismo grotesco tão cedo. 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.