A menos de dois meses do fim, Travessia apresentará uma doença para lá de mirabolante de sua mocinha, Brisa (Lucy Alves). A novela das 9 da Globo mostra, nesta semana, o imbróglio envolvendo o exame de DNA de Tonho (Vicente Alvite), filho da protagonista com Ari (Chay Suede). Brisa mentiu dizendo que o ex-marido não era pai do menino –uma bizarrice do roteiro, inclusive– apenas para irritá-lo, o que acarretou na manjada trama do teste de paternidade. No episódio de terça-feira, 14, entretanto, a reviravolta: Ari de fato é pai de Tonho, mas o garoto não é filho biológico de Brisa, segundo o exame.
Nos próximos episódios, a mocinha fará um novo teste, que dará o mesmo resultado. Semanas se passarão até que seja revelado que Brisa é uma quimera. O quimerismo é raríssimo, com apenas 30 casos registrados no mundo, e define pessoas que têm duas sequências de DNA em um. Estudos indicam que isso acontece quando dois óvulos fecundados se fundem e formam um único embrião, portanto, é como se Brisa tivesse tido uma irmã gêmea que não se desenvolveu completamente.
Como de costume, a autora de Travessia, Gloria Perez se inspirou em um caso real para escrever o novo drama da protagonista. A americana Lydia Fairchild descobriu a condição rara em 2002, quando, desempregada, tentou se cadastrar em um programa social dos Estados Unidos para receber auxílio financeiro. As regras do programa exigiam que ela e seu ex-namorado comprovassem ser os pais biológicos de seus quatro filhos. O teste de DNA revelou que o homem era pai das crianças, mas que ela não era a mãe, desencadeando em processos judiciais por suspeita de fraude de maternidade e até um suposto envolvimento em tráfico de bebês e esquema ilegal de barriga de aluguel.
Após diversos exames e audiências do tribunal, o drama de Lydia só terminou quando ela testou amostras de diferentes partes de seu corpo e a coleta feita na coluna cervical finalmente bateu com as dos filhos.