O fenômeno espírita Nosso Lar 2: Os Mensageiros, sequência da trama lançada em 2010 baseada na obra do médium Chico Xavier, chegou aos cinemas na última semana, arrecadando uma bilheteria estrondosa que colocou o filme no hall de melhores estreias nacionais do século XXI. Entre missões terrenas, tormentos no umbral e a luminosa cidade espiritual que dá nome ao filme, os personagens da história enfrentam diversas provações e protagonizam cenas no mínimo curiosas, mas há uma que se destaca.
Na mais insólita delas, Otávio, um espírito atormentado que vaga pelas sombras e perturba os vivos na Terra, entra em uma briga com o filho, também morto, e acaba levando um soco do rebento revoltado. Inacreditavelmente, a boca do espírito agredido começa a escorrer sangue, e o fluido é retratado em um tom levemente mais escuro que a escala de cinza que (des)colore sua imagem “extracorpórea”. Pesando a mão na licença poética, o corpo fica na Terra, mas o sangue parece ir junto para o Além.
A história de Nosso Lar 2
Em Nosso Lar 2, o mensageiro Aniceto (Edson Celulari) é um espírito de luz. Habitante da cidade espiritual de Nosso Lar, ele é enviado à Terra junto ao médico André Luiz (Renato Prieto) e demais companheiros em uma tarefa importante: salvar projetos de vida de espíritos que reencarnaram com missões honrosas, mas que estão prestes a fracassar. Baseado no best-seller Os Mensageiros, livro psicografado por Chico Xavier (1910-2002) — o verdadeiro “autor” seria o espírito que ditou a obra para o médium, André Luiz —, Nosso Lar 2 — Os Mensageiros está em cartaz no país quase catorze anos após seu predecessor arrastar mais de 4 milhões de pessoas aos cinemas.
A nova trama é independente da primeira, mas bebe de suas expectativas: sucesso de bilheteria, Nosso Lar arrecadou 31 milhões de reais no período de exibição, tornando-se um fenômeno nacional. Na época, o filme nadou de braçada em meio a um aumento expressivo do espiritismo no Brasil: de 2000 a 2010, o número de adeptos da doutrina kardecista cresceu 65% no país, segundo o censo do IBGE. A tendência religiosa se refletiu também nas telas. Alguns sucessos do ramo foram lançados em sequência. Primeiro veio uma cinebiografia de Bezerra de Menezes, seguida por outra de Chico Xavier e, por fim, o arrasa-quarteirão Nosso Lar.
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