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Sobre Palavras Por Sérgio Rodrigues Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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Quem canta ‘Parabéns’ deseja que os bens… parem?!

“Olá! Ultimamente, tenho ouvido (com dor nos ouvidos) a expressão ‘muitos bens’ na hora de cantar ‘Parabéns’ para alguém que aniversaria. Bem, segundo as pessoas que estão fazendo tal substituição, é para que o/a aniversariante tenha ‘muitos bens’, literalmente, pois se cantarem ‘Parabéns’ estarão declarando que os bens do homenageado sejam ‘parados’. Fica no mínimo […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 02h37 - Publicado em 20 nov 2014, 11h14
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    “Olá! Ultimamente, tenho ouvido (com dor nos ouvidos) a expressão ‘muitos bens’ na hora de cantar ‘Parabéns’ para alguém que aniversaria. Bem, segundo as pessoas que estão fazendo tal substituição, é para que o/a aniversariante tenha ‘muitos bens’, literalmente, pois se cantarem ‘Parabéns’ estarão declarando que os bens do homenageado sejam ‘parados’. Fica no mínimo ridículo cantar assim, mas gostaria de uma explicação que me dê base concreta, na língua portuguesa, para reafirmar a eles que isso é desnecessário. Aguardo resposta. Obrigada!” (Dilene Gonzaga)

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    A “novidade” flagrada por Dilene – da qual estou ouvindo falar pela primeira vez – é tão evidentemente uma sandice que quase somos levados a supor que nem vale a pena desmenti-la.

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    Quase – pois é. Como o português brasileiro tem sido há anos solo fértil para todo tipo de asneira sabichona, é melhor não baixar a guarda.

    “Parabéns” é uma palavra que nasceu singular, “parabém”, no início do século XVII, pela junção da preposição “para” – que entre outros sentidos tem o de indicar propósito, intuito ou direção – com o substantivo “bem”. É um vocábulo que expressa, como se sabe, felicitações, votos para o bem. O verbo “parar” não tem rigorosamente nada a ver com isso.

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    Chega a ser difícil acreditar que uma tese tão tola possa encontrar quem lhe dê crédito (“Ei, pessoal, há séculos cantam errado, vamos fundar uma nova era de sabedoria aqui em torno deste bolo!”), mas só até nos lembrarmos de outras pérolas sabichonas que têm feito sucesso, como “Quem tem boca vaia Roma” (leia mais sobre isso aqui).

    *

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