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Sobre Palavras Por Sérgio Rodrigues Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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‘Que nem’ é que nem ‘como’. Mas por quê?

O Narciso de Caravaggio: ‘Você é bonito que nem eu’ “Prezado Sérgio, tudo bem? Qual é o sentido de utilizar a expressão ‘que nem’ em frases com o sentido de igualdade? Exemplo: ‘a sua vida é que nem a minha…’. Grande abraço!” (Lucas Mantovani) “Que nem” é uma expressão informal consagrada, de uso corrente tanto […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 00h47 - Publicado em 5 ago 2015, 11h49
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  • O Narciso de Caravaggio: 'Você é bonito que nem eu'

    O Narciso de Caravaggio: ‘Você é bonito que nem eu’

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    “Prezado Sérgio, tudo bem? Qual é o sentido de utilizar a expressão ‘que nem’ em frases com o sentido de igualdade? Exemplo: ‘a sua vida é que nem a minha…’. Grande abraço!” (Lucas Mantovani)

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    “Que nem” é uma expressão informal consagrada, de uso corrente tanto no Brasil quanto em Portugal, “equivalente à conjunção comparativa como”, nas palavras do gramático Domingos Paschoal Cegalla.

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    O Houaiss concorda com ele (que nem todo mundo), oferecendo como exemplo a construção “surdo que nem uma porta”, isto é, “do mesmo modo que uma porta, como uma porta”. Como se vê, não há dúvida de que “que nem” exprime uma comparação de igualdade.

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    No entanto, fica bastante claro, quando paramos para analisar a expressão, que ela surgiu como um comparativo de superioridade. “Surdo que nem uma porta” pode ser desdobrado assim: (tão) surdo que nem uma porta (é tão surda quanto ele). Ou seja, “mais surdo do que uma porta”.

    E como um comparativo de superioridade acaba se transformando, pelo uso, num indiscutível comparativo de igualdade? Pela ideia de hipérbole, é claro. Estamos falando de uma expressão enfática.

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    Exemplo: a frase “Meu irmão estudou a vida inteira e fala inglês que nem um nativo” contém, ao pé da letra, um patente exagero: por melhor que seja o inglês do tal sujeito, sabemos que não será superior ao de um falante nativo. Mas entendemos que é muito, muito bom.

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