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O ducado de Brabante, estabelecido em 1183 numa região hoje dividida entre a Holanda e a Bélgica, destacou-se internacionalmente por sua pujante indústria têxtil baseada em fibras de cânhamo – ele mesmo, o arbusto (Cannabis sativa) que dá a maconha e o haxixe. A fibra vinda de Brabante, por sua resistência, também era usada como cordão de amarrar embrulhos.
O fio de Brabante tornou-se tão popular que virou apenas barbante, substantivo comum – com uma metátese (troca de lugar de fonemas ou sílabas dentro de uma palavra) deslocando a posição do r. A palavra estreou em nossa língua no início do século 16. Algo semelhante ocorreu em espanhol, que tem o vocábulo bramante, de idêntico sentido.
Naturalmente, em pouco tempo já não importavam a matéria-prima e a procedência do cordão – barbante era barbante e pronto. Como se vê, não é uma invenção de nossa época, esse tempo de gilete, chiclete e xerox, o processo pelo qual o sucesso comercial de determinado produto acaba por transformá-lo em substantivo comum.
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