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Sobre Palavras Por Sérgio Rodrigues Este blog tira dúvidas dos leitores sobre o português falado no Brasil. Atualizado de segunda a sexta, foge do ranço professoral e persegue o equilíbrio entre o tradicional e o novo.
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‘Ele foi para a sua casa’ ou ‘ele foi para a casa dele’?

“Olá, Sérgio. A minha dúvida é a seguinte: tenho ouvido muita gente (inclusive na mídia) dizer, por exemplo: ‘O suposto assassino fugiu da cadeia e foi para a sua casa’. No meu entender, a frase correta seria: ‘O suposto assassino fugiu da cadeia e foi para a casa dele’.” (Mitsuzi Arake) O pronome possessivo da […]

Por Sérgio Rodrigues
Atualizado em 31 jul 2020, 04h01 - Publicado em 21 abr 2014, 15h20
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  • “Olá, Sérgio. A minha dúvida é a seguinte: tenho ouvido muita gente (inclusive na mídia) dizer, por exemplo: ‘O suposto assassino fugiu da cadeia e foi para a sua casa’. No meu entender, a frase correta seria: ‘O suposto assassino fugiu da cadeia e foi para a casa dele’.” (Mitsuzi Arake)

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    O pronome possessivo da língua portuguesa para a terceira pessoa é seu(s)/sua(s). No entanto, a contração dele(s)/dela(s), que pode cumprir função semelhante, muitas vezes é indispensável quando se trata de evitar ambiguidade. Isso ocorre tipicamente quando há múltiplas relações de posse em jogo: “Sua festa vai ser um sucesso, Luísa. Joana ficou de levar os amigos dela, e João os dele”.

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    Existirá ambiguidade na frase citada por Mitsuzi? Depende do contexto em que estiver inserida. Se for numa notícia de jornal, não existe ambiguidade alguma. Como há apenas uma pessoa mencionada (o suposto assassino), “sua casa” só pode se referir à casa dele – salvo numa lógica de pesadelo em que o leitor, enlouquecido de paranoia, acreditasse ter sido a notícia escrita exclusivamente para ele, como um alerta, e passasse a procurar o tal foragido debaixo da cama. Como a hipótese é comicamente desprezível, podemos concluir que não há problema com a construção.

    Haveria ambiguidade se, em vez de um texto de massa, a frase surgisse em mensagem endereçada a um destinatário específico – fosse fala, carta ou e-mail. Nesse caso continuaria a haver apenas uma pessoa mencionada (o suposto assassino), mas a situação de comunicação envolveria também o receptor da mensagem. Como o pronome de tratamento mais empregado no português brasileiro é você, cujo possessivo é seu/sua, não seria absurdo interpretar a frase desta forma: “O suposto assassino fugiu da cadeia e foi para a sua casa – tranque a porta e ligue imediatamente para a polícia!”. Assim, “a casa dele” seria recomendável nesse caso.

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