Bloco dos descasados
– Ei, gata, pode tirar a máscara de gatinha porque gata você já é! – Rafael? – Oi? A gente se conhece? – Tá maluco, Rafael? Sou eu! – Paula? Continua após a publicidade – Me esqueceu depressa, hein? – Mas se você está aqui, onde estão as crianças? – Não é da sua conta. […]
– Ei, gata, pode tirar a máscara de gatinha porque gata você já é!
– Rafael?
– Oi? A gente se conhece?
– Tá maluco, Rafael? Sou eu!
– Paula?
– Me esqueceu depressa, hein?
– Mas se você está aqui, onde estão as crianças?
– Não é da sua conta.
– Claro que é! Sou o pai, tenho direitos.
– Direitos e deveres, né? Devia ter se lembrado disso no fim de semana. Elas ficaram esperando e você, nem pra ligar.
– Ah, foi mal. Fui abduzido por uns ETs aí.
– ETs, sei… Devem ser os mesmos que levaram as crianças hoje cedo pra Saturno.
– Que papo é esse, Paula? Quem levou os meus filhos e pra onde?
– Deixa de ser ridículo. As crianças estão na casa da minha mãe.
– Por que não disse logo?
– Porque não é da sua conta.
– E desde quando você se fantasia de gatinha, hein?
– Desde que você passou a se fantasiar de gladiador.
– Ficou ótima. Que pernas são essas, meu Deus! Melhor do que no meu tempo.
– Obrigada, eu malho bastante. Ao contrário de você, né? Não acha que pra gladiador estão faltando uns, hã, como direi… músculos?
– Meu ponto forte é outro, você sabe.
– Não sei de nada.
– Essa fungada no cangote, ainda curte?
– Para, Rafael!
– Ui, mas a gata é manhosa! Vem me arranhar todinho, vem. Finge que a gente acabou de se conhecer e me chama de Spartacus.
– Miau, Rafael. Miau.