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Watson, a inteligência artificial a serviço da PF gaúcha

Nome do sistema da IBM, usado nas investigações da 'Lava Jato gaúcha', é referência ao Dr. Watson, personagem que auxilia Sherlock Holmes nas investigações

Por Paula Sperb
Atualizado em 25 ago 2017, 19h32 - Publicado em 25 ago 2017, 18h55
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  • “Elementar, meu caro Watson”. O bordão do detetive de ficção Sherlock Holmes dito ao seu amigo e também assistente Dr. Watson é mundialmente conhecido quando se fala de investigações criminais. Watson é também o nome do sistema de inteligência artificial desenvolvido pela multinacional IBM e usado pela Polícia Federal (PF) gaúcha em investigações complexas no Rio Grande do Sul desde 2016. Watson também é o sobrenome de Thomas John, um dos fundadores e primeiro presidente da IBM.

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    O software auxilia a polícia especialmente nos processos de análise de um grande volume de dados. A tecnologia faz parte de um laboratório da PF, acionado para algumas operações. Watson está sendo usado nas investigações da Operação Étimo, a “Lava Jato gaúcha”. “Com o avanço da tecnologia, as investigações recebem um grande volume de e-mails, dados de computadores, celulares e tablets. Em uma busca e apreensão, os dados registrados em um computador são potencialmente infinitamente maiores do que o que consta em papel. O Watson cruza esses dados”, explicou a VEJA o delegado Alexandre Isbarrola, da Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros (Delecor).

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    Watson colaborou também na operação PHD, que indicou professores universitários por desvio de 5,2 milhões de reais em bolsas de pesquisa na Universidade Federal do Rio Grane do Sul (UFRGS). A entrada no laboratório onde o Watson está instalado é permitida apenas para quem tem uma senha exclusiva. Na sala também há um grande scanner com capacidade de reproduzir centenas de documentos simultaneamente.

    “É humanamente impossível realizar esse cruzamento [de milhares de documentos] em um curto prazo. Para isso, é preciso uma equipe muito grande. O software potencializa o trabalho: diminui a quantidade de mão de obra, que pode atuar em outros casos, e reduz o tempo”, elogia Isbarrola.

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    Inteligência artificial

    Watson é um sistema que aprende o que lhe é ensinado e expande sua capacidade de “pensar”. O programa é utilizado em diversos hospitais do mundo para tratamento de câncer, por exemplo. Em Porto Alegre, o Hospital Mãe de Deus, é o primeiro da América Latina a contar com a tecnologia, que avalia individualmente cada paciente a partir do seu histórico. Watson indica os melhores tratamentos para os sintomas apresentados. Quanto mais os médicos utilizam, mais Watson aprende e se aprimora. O sistema também serve para o funcionamento de robôs que respondem dúvidas humanas.

    A IBM chegou a promover uma experiência na Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, com crimes de “brincadeirinha” onde cada Sherlock Holmes utilizava o Watson para desvendar os mistérios com as informações digitalizadas em forma de “big data”.

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    No caso da PF, os policiais gaúchos apresentam para Watson o que precisam descobrir a partir dos dados que são inseridos no seu sistema sem análise prévia. “Às vezes, em uma investigação, um assunto é tratado em um e-mail e depois em uma ligação telefônica. Watson consegue contar essa história ligando uma coisa a outra”, explica Isbarrola.

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    A interface é como um buscador de internet, e a busca é por palavras. O delegado cita um exemplo de funcionamento do Watson: “ensino a ele que ‘pó’ em determinado contexto é ‘cocaína’ e um traficante tem o apelido ‘Cabo’. Se Watson encontrar Cabo falando de pó em algum documento, ele consegue entender que é um traficante falando de cocaína.”

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    Gestão e agilidade

    Watson foi implantado pela PF gaúcha em 2016, mas é usado há mais tempo pelas unidades do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD), do Ministério da Justiça. Segundo Isbarrola, o sistema também pode ser utilizado em investigações de pedofilia, por exemplo.

    Além do Watson, a PF gaúcha está agregando outros softwares para investigações, como um de gestão de projetos, uma ferramenta administrativa que mostra a visão geral de uma operação, as metas a serem cumpridas e as atribuições de tarefas. “Me permite cobrar agilidade”, disse o delegado. É possível acompanhar a porcentagem de cada tarefa realizada, de levantamento de dados, montagem de pastas e assim por diante.

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