No dia seguinte ao resultado da eleição, estudantes de pelo menos quatro escolas de Porto Alegre protestaram contra o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), no intervalo das aulas.
Em um dos protestos, no Colégio Marista Rosário, eles fizeram um grande círculo de mãos dadas e repetiam os dizeres “seremos resistência”. Os atos foram iniciativas dos estudantes, sem envolvimento de professores. No dia seguinte, um grupo de alunos apoiadores de Bolsonaro também se manifestou, desta vez em defesa do presidente eleito e do juiz Sergio Moro.
Em nota, a escola afirmou que as manifestações foram espontâneas e sem símbolos que remetesse a qualquer partido político. “Salientamos a importância de espaços de diálogo para discussão sobre a promoção e a defesa dos direitos, fortalecendo a nossa missão de formar cidadãos comprometidos com a promoção da vida e da cultura de paz”, afirma o comunicado do Colégio Marista Rosário.
No Colégio Aplicação, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), alunos também vestiram preto e carregaram cartaz com os dizeres #elenão. A UFRGS já havia se posicionado “em defesa da liberdade de expressão”, depois de diversas ações da polícia e Justiça Eleitoral contra manifestações nas universidades federais.
Na última semana, apoiadores de Bolsonaro têm espalhado mensagens orientando que estudantes gravem professores que supostamente fazem “doutrinação de esquerda” em sala de aula. As imagens dos atos dos estudantes de Porto Alegre circularam na internet junto de afirmações como “professores comunistas”.