Defensora das artes e do tradicional Theatro São Pedro, em Porto Alegre, Eva Sopher morreu aos 94 anos na noite da última quinta-feira. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori (MDB), e o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr (PSDB), decretaram luto oficial em homenagem à Dona Eva, como era chamada, por três dias. O corpo está sendo velado nas dependências do São Pedro.
Ela trabalhou em defesa do teatro por 42 anos enquanto presidiu a fundação à frente do local. Graças ao seu trabalho, o histórico teatro, inaugurado em 1858, reabriu à comunidade em 1984 após reformas. O complexo cultural de 18.000 m², erguido recentemente junto à estrutura do teatro para ampliar o espaço à cultura levará também o nome de Eva Sopher.
Eva fugiu do regime nazista da Alemanha com sua família e veio ao Brasil em 1923, quando tinha treze anos. Antes de morar em Porto Alegre, viveu também em São Paulo e Rio de Janeiro. Sua vida foi registrada em uma biografia escrita pelo jornalista Antonio Hohfeldt chamada Doce Fera (Opus, 1991) e no documentário Eva e o theatro, de Claudia Dreyer, de 2008.