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Violência: quem está mais perdido, Castro, Dino ou Lula?

Sem plano para combater o crime organizado, os governos vão intensificar as ações que já fazem

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 out 2023, 16h43 - Publicado em 24 out 2023, 12h52

“’O crime organizado que não ouse desafiar o poder do Estado”, declarou o governador Claudio Castro — ao mesmo tempo que o crime organizado, indiferente, seguia desafiando o poder do Estado e aterrorizando o Rio de Janeiro. Naquele instante, a contagem de coletivos em chamas continuava a subir.

O terrorismo da milícia carioca contra a população do Rio demonstraria a falência da política de segurança — se houvesse uma política de segurança.  No Rio de Janeiro ou onde quer que seja.

A visão da direita sobre o problema é simples: a solução é baixar o sarrafo nos bandidos e fazer vista grossa para a contaminação policial. A visão da esquerda é ainda mais simples: segurança é pauta da direita, o papel da esquerda é xingar a polícia, defender projetos sociais que nunca são realizados e fazer o possível para fugir do assunto. Quando as milícias surgiram, a visão de grande parte da população foi simples: a milícia é benigna e pode ajudar no combate à violência dos traficantes. Faltou combinar com a realidade, que não é simples, de modo que o problema não para de se agravar.

A milícia é, de longe, o maior problema do Rio. Não apenas maior, mais capacitada e mais nociva do que os traficantes, a milícia tem tentáculos que vão muito mais longe. Há milicianos nas Câmaras de Vereadores, na Assembleia Legislativa, no Tribunal de Contas do Estado e no Executivo estadual. No ano passado, o estado elegeu para a Câmara Federal um dos chefes de uma das milícias mais fortes do Rio (de quebra, elegeu também um membro de uma das principais famílias atuantes no jogo do bicho).

Claudio Castro, que não tem secretário de segurança, trocou recentemente seu secretário de Polícia Civil — apenas 15 dias antes de dar posse ao anterior. O motivo? Pressão de deputados estaduais. Os deputados fluminenses gostam muito de nomear comandantes de batalhões da PM, delegados da Polícia Civil e secretários da segurança (ou das polícias). Por que será?

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Castro não é a única autoridade acuada e atônita, sem saber o que fazer. O governo federal já disse que o problema da violência é estadual (é mentira, e de muitas maneiras), que está cumprindo com sua parte (também mentira), que não vai interferir, que não vai deixar a população do Rio sozinha, que estuda operação militar. Plano, que é bom, não tem nenhum. E como não tem, anunciou uma única medida concreta (a mesma anunciada, em outras circunstâncias, há três semanas): vai mandar mais dinheiro e mais recursos para o Rio.

Ou seja, na dúvida sobre o que fazer, os governos vão fazer mais do mesmo.

Os resultados serão mais do mesmo.

Por Ricardo Rangel, em 24/10/2023

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